O senador Marcos do Val (Cidadania-ES) prestou queixa hoje (4) à Polícia Federal (PF) sobre a presença de dois homens armados nos arredores de sua casa em Vitória (ES). Os homens foram vistos no último fim de semana rondando o local. A segurança pessoal de Do Val chegou a acionar a Polícia Militar, mas os homens não foram encontrados. O senador estava na cidade no dia da ocorrência. Câmeras de segurança registraram os dois homens e as imagens foram entregues à PF.
Do Val diz acreditar que os homens estavam reconhecendo a área para um possível atentado contra sua vida. “Eles estavam fazendo uma ronda em volta da casa para, provavelmente, passar informações para possíveis autores de uma ação mais criminosa”, disse ele à Agência Brasil.
O senador sofreu ameaças de morte em abril, logo após ser indicado como relator de um dos projetos do Pacote Anticrime, que tramita no Senado. Na ocasião, ele recebeu um e-mail com ameaças de morte, tanto contra ele quanto contra sua irmã, a serem concretizadas caso o Pacote Anticrime fosse votado. Do Val entregou na quarta-feira (3) seu relatório à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O e-mail com a ameaça foi, inclusive, encaminhado com cópia para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. O chefe da pasta, Sergio Moro, foi autor do Pacote Anticrime entregue na Câmara. A proposta de Moro tem o mesmo teor da apresentada no Senado por Eliziane Gama (Cidadania-MA) e relatada por Do Val.
Após o parlamentar receber a ameaça, a polícia do Senado reforçou sua segurança. Ele teme que, com o avanço do projeto no Congresso, a situação se agrave. “Pode ser que quando começar a tramitar e verem que está votando, que o projeto vai ter êxito, vá piorar. É a tendência. Só seria o inverso se o projeto fosse derrubado”.
Marcos do Val diz acreditar que as ameaças quem tem sofrido estão ligadas ao crime organizado ou à corrupção, principais áreas atacadas pelo projeto do qual é relator. O senador foi informado pelo delegado responsável pelas investigações que a conclusão do caso está próxima.
Mudança de rotina
O senador lamenta a mudança de rotina imposta pelas ameaças. Ele afirma que se sente em regime semiaberto, situação na qual um preso condenado sai para trabalhar durante o dia, mas deve retornar para a prisão durante a noite.”Porque eu não tenho mais liberdade, tenho que andar sempre com alguém vigiando, não posso ir para lugares públicos. Então, a gente acaba tendo uma vida muito limitada”.
A expectativa é que o relatório seja lido na CCJ do Senado na próxima semana. A votação do texto em plenário, no entanto, só deve ocorrer após o recesso legislativo. Ocorrendo a aprovação no Senado, o projeto vai para a Câmara.
*Agência Brasil Brasília
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