Após uma primeira noite de sono, ainda mal dormida, o médico José Júlio Fernandes Neto, "Zé Júlio", ex-prefeito de Antônio Martins e pré-candidato a deputado estadual (PT), fala sobre os momentos de terror por que passou em poder de quatro sequestradores. Ele e outros dois reféns foram liberados por volta das 12h de terça-feira, mas só voltaram à noite para casa porque ainda foram prestar depoimento sobre o crime. Nesta entrevista, Zé Júlio diz que os piores momentos foram na hora da abordagem, os primeiros minutos em poder dos sequestradores e o momento de que eles exigiram o pagamento de um resgate. Para a vítima, seu sequestro serviu como um alerta para que a Secretaria de Segurança Pública do RN tenha mais atenção com as cidades do interior.
JORNAL DE FATO - Como foi que os bandidos lhe abordaram?
JOSÉ JÚLIO - Foi por volta das 23h. Eu estava vindo de Natal para Antônio Martins. Ao abordar nosso veículo, eles dispararam quatro tiros e foram à procura do carro. Eu me rendi, saí do veículo e eles pegaram a chave que estava com o motorista. Eles mandaram a gente entrar no carro e deram uma ré em alta velocidade, em direção a uma estrada carroçável, em meio a um matagal, à procura de Caraúbas. Durante o trajeto na zona rural, eles botaram a arma na cabeça do meu motorista, que estava ainda refém, e mandou eu e duas acompanhantes abaixarem as cabeças. Eles rodaram muito nas estradas carroçáveis, deram um peão (giro com o carro) dentro do matagal, até um certo ponto... Todo tipo de garrancheira que estourou um pneu. Quando parou para ajeitar o pneu, eles me levaram para um canto mais afastado para conversar sobre o resgate. Era uns quinze metros distantes do carro. Eles botaram a arma na minha cabeça, disseram que era um sequestro e que queriam R$ 25 mil para liberar os reféns. Eles perguntaram se eu tinha dinheiro, mas disse que não tinha, mas tinha como arranjar. Aí, eles pegaram meu motorista, que estava trocando o pneu do carro, e também levaram a quinze metros de distância do carro, botaram a arma na cabeça dele e disseram que eu não estava com o dinheiro e que se não arrumasse eles iam executar. Meu motorista foi e disse que ia arrumar o dinheiro. Eu sei que eles ficaram mais tranquilos, e quando o pneu foi trocado pelo suporte, eles nos levaram para andar por uns quarenta minutos, até chegar em um lugar muito estranho, no meio da mata. Não era uma casa... Era um local estranho, distante de tudo, distante de casa, de iluminação... Lá eles deixaram dois assaltantes nos fazendo de reféns e saíram mais dois. Um para buscar o dinheiro com meu motorista e o outro dizendo que ia buscar lanche para nós, mas só voltou de manhãzinha. Meu motorista saiu procurando dinheiro na região. Ele andou em três cidades e de cinco horas da manhã já tava com o dinheiro, só que o assaltante que foi com ele para pegar o dinheiro em Antônio Martins só ligou para ele de nove horas da manhã. Eles reclamaram que a polícia já estava na área e por isso foi pegar o dinheiro em Pau dos Ferros. De dez horas da manhã ele foi com outro colega, dando apoio, para pegar o dinheiro em Pau dos Ferros, e por volta das 12 horas veio a ordem para nos liberar.
ELES fixaram algum prazo para o pagamento?
ELES não deram prazo, não. Mas, naturalmente, eu disse para eles que a gente ia tentar arranjar esse dinheiro. Se não fosse de noite, seria até meio-dia do outro dia. Eles não deram prazo, mas como eu sei que um sequestro, a cada hora que passa, o cerco vai aumentando porque a polícia via tomando conhecimento... A cada hora que passava aumentava a angústia, porque ia aumentando o risco de execução.
TEM como descrever qual foi o pior momento do sequestro?
O PIOR momento foi... É... Foram três momentos ruins. Na hora da abordagem, quando eles atiraram, depois quando andaram em alta velocidade por uma estrada carroçável, vendo a hora a gente morrer, e o outro, digamos assim, triste, foi na hora da negociação do resgate, quando ele botou a arma na cabeça da gente. Eu fiquei muito apreensivo porque achei que meu motorista ia trazer o dinheiro antes de seis horas da manhã, quando ainda estava escuro... Só que o tempo foi passando... Foi passando... Deu dez horas da manhã, onze... Onze e meia... E ninguém aparecia e eu preocupado com a situação. Àquela altura do campeonato, eu previa que a polícia tinha prendido o outro bandido e estavam no meio do mundo e que a gente poderia ser executado. A gente estava muito inseguro quanto ao desfecho desse processo.
NA sua opinião, quando eles lhe abordaram no meio da pista, já estavam pensando no sequestro ou, até aquele momento, era apenas um assalto?
EU acho que eles estavam precisando de um carro para viajar e estavam esperando um carro para fazer um sequestro. Na hora que eles renderam a gente, eu tinha R$ 250,00 no bolso, meu motorista tinha R$ 300,00. Nós entregamos os R$ 550,00 na mão deles, mas eles não se satisfizeram. Eles pegaram a chave do meu carro e fugiram de mata a dentro, deixando a entender que eles não queriam só fugir, mas na verdade fazer a gente de refém e fazer um sequestro. Eu acho que eles estavam planejando mesmo era fazer um sequestro. A não ser que eles pegassem um veículo com R$ 10 mil dentro e se dariam por satisfeito e iriam fugir. Como eles não pegaram documentos, bolsas, não pediram nada. A gente deu o dinheiro porque quis, mas eles não pediram nada não.
O SENHOR acredita que essa ação já era direcionada para lhe pegar ou foi uma coisa do acaso?
EU acho que foi por acaso. Ali, qualquer um carro que eles vissem, se fosse um carro novo... Com um acompanhante e desse para eles fazerem um sequestro, eles faziam... E aí eles iam para a mata, iam fazer a proposta e a pressão psicológica para quem estivesse lá sequestrado ir arranjar o dinheiro. Eu não me identifiquei como ex-prefeito; disse apenas que era médico, e aí um disse: "Vixe, você ajuda muita gente, né?". Eu disse que sim. Eu só faço ajudar. Aí o outro falou: "Ganha muito dinheiro, né?". Eu disse que ganhava para sobreviver. Aí ele disse que queria R$ 25 mil e colocou a arma na minha cabeça. Ele perguntou se eu tinha o dinheiro na hora, mas eu disse que tinha como mandar tomar emprestado e pagar o resgate ainda escuro.
ESSA não foi a primeira situação difícil por que o senhor passou. Há quinze dias, o senhor foi assaltado. Como foi esse assalto?
EU tinha sido assaltado há quinze dias, em um trecho perto de Alexandria. Mas foi apenas um assalto; não tinha sido sequestro. Eu vinha com minha esposa, meu filho de três anos e onze meses e, quando ia passando, tinha um piquete na estrada, umas pedras altas... Tinha uma van, um carro de linha.... Todo mundo estava deitado no meio da pista e tinha mais dois carros dominados, com o pessoal dominado; eu fui o quarto da fila. Quando eu cheguei, eles pediram para eu abrir a porta e me mandaram eu deitar no chão. Levaram meu relógio de ouro, que era valioso, documento, telefone celular, dinheiro... Levaram tudo. Ainda botaram uma espingarda no meu corpo, me ameaçando, fazendo chantagem... Quando eles conseguiram levar o que queriam... mandaram a gente ir embora. Não houve nenhum disparo contra ninguém lá.
DEPOIS desse assalto, o senhor chegou a procurar as autoridades?
RAPAZ, eu não cheguei a registrar essa ocorrência aqui nas delegacias da região. Eu ia para Natal na segunda subsequente, mas não fui e deixei para ir nessa segunda agora, né? Eu sempre vou semanalmente; então, fui dessa vez. Fiz alguns contatos políticos e ia até a Secretaria de Segurança do Governo do Estado, mas eu tive que resolver outras coisas e não deu tempo para fazer isso. Eu fui apenas à Vice-Governadoria e depois iria pedir apoio à Secretaria de Segurança Pública. O chefe de Gabinete tentou contato com o secretário, mas ele estava em reunião e não conseguiu. Aí eu vim embora e no caminho fui sequestrado, infelizmente.
E AGORA? O senhor foi vítima de duas ações em pouco mais de 15 dias... Como é que o senhor está se sentindo?
RAPAZ, a gente se sente... a gente se sente inseguro, né? A gente se sente inseguro. Já sou uma pessoa um pouco conhecida e depois disso aí... Aí fico até um pouco temeroso. Mas, estive conversando com o delegado que veio para a operação em Caraúbas, e ele me tranquilizou. Mesmo assim, a gente se sente um pouco assustado com essa situação, mas a Secretaria de Segurança está sensibilizada com nossa situação. A gente foi apenas mais um e poderia ser qualquer pessoa. A quantidade de assalto que estava acontecendo na região, junto com esse meu, em forma de sequestro, sensibilizou para que seja feito um trabalho mais agressivo, mais preventivo, para coibir essa situação de violência na região Oeste.
O SENHOR disse que costuma viajar bastante pela região e também para Natal. E agora? Como é que fica sua situação? O senhor vai continuar viajando normalmente?
RAPAZ, continuo, né? Mas eu vou ter mais cuidado para não andar à noite. A maioria desses assaltos é à noite, é de madrugada. Eu tenho que andar muito porque sou médico plantonista em Pau dos Ferros, tenho minha esposa que mora em Natal, tenho contatos políticos em Natal... Tenho audiência em alguns setores públicos da capital, e na região eu ando muito, mas agora vou ter um pouco mais de cuidado. Onde eu estiver, à noite, não vou mais andar. Durmo por lá mesmo. Mas eu espero que agora, com esse incidente, a secretaria, que já estava preocupada com essa situação, venha acentuar os trabalhos. Minha proposta é que ela passe a fazer um trabalho constante. Não é só temporário não. É preciso que existam viaturas na cidade. Eu vejo as viaturas rodando nas praças, calçamentos e não há rota... Não tem polícia nas estradas, se houve rota de Martins para Alexandria, de Campo Grande para Janduís, de Janduís para Messias Targino, de Patu para Messias Targino... De manhã, de tarde e de noite, eles não fazem mais esse tipo de blitz na estrada porque sabe que a qualquer hora pode ser preso. Então, meu apelo é para que haja essa rota de viatura nas estradas e que a Inteligência continue agindo preventivamente para prender essas gangues. Não tem ninguém de fora não. É tudo gente da região. Não tem Ceará, não tem outro lugar.
fonte:jornal de fato
JORNAL DE FATO - Como foi que os bandidos lhe abordaram?
JOSÉ JÚLIO - Foi por volta das 23h. Eu estava vindo de Natal para Antônio Martins. Ao abordar nosso veículo, eles dispararam quatro tiros e foram à procura do carro. Eu me rendi, saí do veículo e eles pegaram a chave que estava com o motorista. Eles mandaram a gente entrar no carro e deram uma ré em alta velocidade, em direção a uma estrada carroçável, em meio a um matagal, à procura de Caraúbas. Durante o trajeto na zona rural, eles botaram a arma na cabeça do meu motorista, que estava ainda refém, e mandou eu e duas acompanhantes abaixarem as cabeças. Eles rodaram muito nas estradas carroçáveis, deram um peão (giro com o carro) dentro do matagal, até um certo ponto... Todo tipo de garrancheira que estourou um pneu. Quando parou para ajeitar o pneu, eles me levaram para um canto mais afastado para conversar sobre o resgate. Era uns quinze metros distantes do carro. Eles botaram a arma na minha cabeça, disseram que era um sequestro e que queriam R$ 25 mil para liberar os reféns. Eles perguntaram se eu tinha dinheiro, mas disse que não tinha, mas tinha como arranjar. Aí, eles pegaram meu motorista, que estava trocando o pneu do carro, e também levaram a quinze metros de distância do carro, botaram a arma na cabeça dele e disseram que eu não estava com o dinheiro e que se não arrumasse eles iam executar. Meu motorista foi e disse que ia arrumar o dinheiro. Eu sei que eles ficaram mais tranquilos, e quando o pneu foi trocado pelo suporte, eles nos levaram para andar por uns quarenta minutos, até chegar em um lugar muito estranho, no meio da mata. Não era uma casa... Era um local estranho, distante de tudo, distante de casa, de iluminação... Lá eles deixaram dois assaltantes nos fazendo de reféns e saíram mais dois. Um para buscar o dinheiro com meu motorista e o outro dizendo que ia buscar lanche para nós, mas só voltou de manhãzinha. Meu motorista saiu procurando dinheiro na região. Ele andou em três cidades e de cinco horas da manhã já tava com o dinheiro, só que o assaltante que foi com ele para pegar o dinheiro em Antônio Martins só ligou para ele de nove horas da manhã. Eles reclamaram que a polícia já estava na área e por isso foi pegar o dinheiro em Pau dos Ferros. De dez horas da manhã ele foi com outro colega, dando apoio, para pegar o dinheiro em Pau dos Ferros, e por volta das 12 horas veio a ordem para nos liberar.
ELES fixaram algum prazo para o pagamento?
ELES não deram prazo, não. Mas, naturalmente, eu disse para eles que a gente ia tentar arranjar esse dinheiro. Se não fosse de noite, seria até meio-dia do outro dia. Eles não deram prazo, mas como eu sei que um sequestro, a cada hora que passa, o cerco vai aumentando porque a polícia via tomando conhecimento... A cada hora que passava aumentava a angústia, porque ia aumentando o risco de execução.
TEM como descrever qual foi o pior momento do sequestro?
O PIOR momento foi... É... Foram três momentos ruins. Na hora da abordagem, quando eles atiraram, depois quando andaram em alta velocidade por uma estrada carroçável, vendo a hora a gente morrer, e o outro, digamos assim, triste, foi na hora da negociação do resgate, quando ele botou a arma na cabeça da gente. Eu fiquei muito apreensivo porque achei que meu motorista ia trazer o dinheiro antes de seis horas da manhã, quando ainda estava escuro... Só que o tempo foi passando... Foi passando... Deu dez horas da manhã, onze... Onze e meia... E ninguém aparecia e eu preocupado com a situação. Àquela altura do campeonato, eu previa que a polícia tinha prendido o outro bandido e estavam no meio do mundo e que a gente poderia ser executado. A gente estava muito inseguro quanto ao desfecho desse processo.
NA sua opinião, quando eles lhe abordaram no meio da pista, já estavam pensando no sequestro ou, até aquele momento, era apenas um assalto?
EU acho que eles estavam precisando de um carro para viajar e estavam esperando um carro para fazer um sequestro. Na hora que eles renderam a gente, eu tinha R$ 250,00 no bolso, meu motorista tinha R$ 300,00. Nós entregamos os R$ 550,00 na mão deles, mas eles não se satisfizeram. Eles pegaram a chave do meu carro e fugiram de mata a dentro, deixando a entender que eles não queriam só fugir, mas na verdade fazer a gente de refém e fazer um sequestro. Eu acho que eles estavam planejando mesmo era fazer um sequestro. A não ser que eles pegassem um veículo com R$ 10 mil dentro e se dariam por satisfeito e iriam fugir. Como eles não pegaram documentos, bolsas, não pediram nada. A gente deu o dinheiro porque quis, mas eles não pediram nada não.
O SENHOR acredita que essa ação já era direcionada para lhe pegar ou foi uma coisa do acaso?
EU acho que foi por acaso. Ali, qualquer um carro que eles vissem, se fosse um carro novo... Com um acompanhante e desse para eles fazerem um sequestro, eles faziam... E aí eles iam para a mata, iam fazer a proposta e a pressão psicológica para quem estivesse lá sequestrado ir arranjar o dinheiro. Eu não me identifiquei como ex-prefeito; disse apenas que era médico, e aí um disse: "Vixe, você ajuda muita gente, né?". Eu disse que sim. Eu só faço ajudar. Aí o outro falou: "Ganha muito dinheiro, né?". Eu disse que ganhava para sobreviver. Aí ele disse que queria R$ 25 mil e colocou a arma na minha cabeça. Ele perguntou se eu tinha o dinheiro na hora, mas eu disse que tinha como mandar tomar emprestado e pagar o resgate ainda escuro.
ESSA não foi a primeira situação difícil por que o senhor passou. Há quinze dias, o senhor foi assaltado. Como foi esse assalto?
EU tinha sido assaltado há quinze dias, em um trecho perto de Alexandria. Mas foi apenas um assalto; não tinha sido sequestro. Eu vinha com minha esposa, meu filho de três anos e onze meses e, quando ia passando, tinha um piquete na estrada, umas pedras altas... Tinha uma van, um carro de linha.... Todo mundo estava deitado no meio da pista e tinha mais dois carros dominados, com o pessoal dominado; eu fui o quarto da fila. Quando eu cheguei, eles pediram para eu abrir a porta e me mandaram eu deitar no chão. Levaram meu relógio de ouro, que era valioso, documento, telefone celular, dinheiro... Levaram tudo. Ainda botaram uma espingarda no meu corpo, me ameaçando, fazendo chantagem... Quando eles conseguiram levar o que queriam... mandaram a gente ir embora. Não houve nenhum disparo contra ninguém lá.
DEPOIS desse assalto, o senhor chegou a procurar as autoridades?
RAPAZ, eu não cheguei a registrar essa ocorrência aqui nas delegacias da região. Eu ia para Natal na segunda subsequente, mas não fui e deixei para ir nessa segunda agora, né? Eu sempre vou semanalmente; então, fui dessa vez. Fiz alguns contatos políticos e ia até a Secretaria de Segurança do Governo do Estado, mas eu tive que resolver outras coisas e não deu tempo para fazer isso. Eu fui apenas à Vice-Governadoria e depois iria pedir apoio à Secretaria de Segurança Pública. O chefe de Gabinete tentou contato com o secretário, mas ele estava em reunião e não conseguiu. Aí eu vim embora e no caminho fui sequestrado, infelizmente.
E AGORA? O senhor foi vítima de duas ações em pouco mais de 15 dias... Como é que o senhor está se sentindo?
RAPAZ, a gente se sente... a gente se sente inseguro, né? A gente se sente inseguro. Já sou uma pessoa um pouco conhecida e depois disso aí... Aí fico até um pouco temeroso. Mas, estive conversando com o delegado que veio para a operação em Caraúbas, e ele me tranquilizou. Mesmo assim, a gente se sente um pouco assustado com essa situação, mas a Secretaria de Segurança está sensibilizada com nossa situação. A gente foi apenas mais um e poderia ser qualquer pessoa. A quantidade de assalto que estava acontecendo na região, junto com esse meu, em forma de sequestro, sensibilizou para que seja feito um trabalho mais agressivo, mais preventivo, para coibir essa situação de violência na região Oeste.
O SENHOR disse que costuma viajar bastante pela região e também para Natal. E agora? Como é que fica sua situação? O senhor vai continuar viajando normalmente?
RAPAZ, continuo, né? Mas eu vou ter mais cuidado para não andar à noite. A maioria desses assaltos é à noite, é de madrugada. Eu tenho que andar muito porque sou médico plantonista em Pau dos Ferros, tenho minha esposa que mora em Natal, tenho contatos políticos em Natal... Tenho audiência em alguns setores públicos da capital, e na região eu ando muito, mas agora vou ter um pouco mais de cuidado. Onde eu estiver, à noite, não vou mais andar. Durmo por lá mesmo. Mas eu espero que agora, com esse incidente, a secretaria, que já estava preocupada com essa situação, venha acentuar os trabalhos. Minha proposta é que ela passe a fazer um trabalho constante. Não é só temporário não. É preciso que existam viaturas na cidade. Eu vejo as viaturas rodando nas praças, calçamentos e não há rota... Não tem polícia nas estradas, se houve rota de Martins para Alexandria, de Campo Grande para Janduís, de Janduís para Messias Targino, de Patu para Messias Targino... De manhã, de tarde e de noite, eles não fazem mais esse tipo de blitz na estrada porque sabe que a qualquer hora pode ser preso. Então, meu apelo é para que haja essa rota de viatura nas estradas e que a Inteligência continue agindo preventivamente para prender essas gangues. Não tem ninguém de fora não. É tudo gente da região. Não tem Ceará, não tem outro lugar.
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