(Foto: Nicolau de Castro / Jornal da Paraíba) |
Um meia rápido, ágil, bom de bola. Driblador e passador. Tricampeão paraibano em 2003, 2009 e 2010, por Botafogo-PB, Sousa e Treze respectivamente. Personagem da épica Batalha dos Aflitos, em 2005, quando defendia o Náutico. Um cearense que se tornou um verdadeiro andarilho do futebol nordestino e que teve o seu ápice na Paraíba, onde é respeitado e querido pela maioria das torcidas. Pois no Estado jogou ainda por Auto Esporte, Esporte de Patos, Nacional de Patos, Miramar e Campinense. Este era Miltinho. Mais um jogador que era sinônimo de alegria quando jogava e acabou sucumbido após a aposentadoria. Pois na noite deste sábado o jogador de 39 anos foi assassinado em Fortaleza, sua cidade natal.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Governo do Ceará informou à reportagem que o crime aconteceu no bairro Jardim Guanabara, na capital cearense. Ele foi atingido por vários tiros, mas os autores dos disparos não foram identificados. Miltinho ainda chegou a ser socorrido para um hospital das proximidades, mas acabou morrendo durante o atendimento. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa investiga o caso, mas preferiu não divulgar nenhuma possível motivação para o crime.
Miltinho bom de bola
Apesar de cearense, Miltinho foi revelado pelo Náutico. Mas rapidamente ganhou o Nordeste. Jogou em vários clubes pernambucanos e cearenses até que chegou pela primeira vez ao futebol paraibano em 2003, quando conquistou o seu primeiro título estadual, defendendo as cores do Botafogo-PB. Já em 2004 e 2005, jogou por Treze e Campinense respectivamente. No mesmo ano em que defendeu a Raposa, foi para o Náutico, e participou do elenco que quase ascende para a elite do Campeonato Brasileiro, perdendo a vaga para a Série A na épica partida contra o Grêmio, naquela que ficou conhecida como a Batalha dos Aflitos.
Baixinho e veloz: Miltinho jogou por todos os três grandes clubes da Paraíba e ainda foi campeão por Botafogo, Sousa e por Treze (Foto: Francisco França / Jornal da Paraíba)
No duelo decisivo, inclusive, ele era reserva. Mas entrou em campo aos 19 minutos do segundo tempo e viu de perto a tragédia que se seguiu, quando o Náutico perdeu o pênalti da classificação nos acréscimos e ainda sofreu um gol quando os gaúchos tinham três jogadores a menos em campo (10 do Timbu, contra 7 do Tricolor).
Após mais um giro pelo Nordeste, quando passou por Botafogo-PB, Flamengo-PI e Tiradentes, ele voltou para o que seria a sua maior e mais vencedora passagem pela Paraíba. Defendeu Esporte e Auto Esporte até chegar ao Sousa. Virou herói no Dinossauro. Foi um dos maestros do clube sertanejo que foi campeão paraibano em 2009, ao vencer o Treze dentro de um Estádio Amigão - a casa do rival - completamente lotado. Era apenas o segundo e até agora último título da história do Sousa.
Miltinho ao fundo acompanha de perto lance do atacante Edmundo na final do Campeonato Paraibano de 2009, quando o Sousa venceu o Treze dentro da casa do rival (Foto: Leonardo Silva / Jornal da Paraíba)
Miltinho fez tanto sucesso no Dinossauro que acabou sendo contratado pelo Treze. E de algoz, virou campeão. Voltando a conquistar o Campeonato Paraibano em 2010, desta vez pelo mesmo Galo que derrotara no ano anterior (o seu terceiro e último título paraibano da carreira). Hoje ele é lembrado por ambas as torcidas, mas é inegável que faz mais sucesso no Sousa, até pelo fato do título sousense ter sido uma conquista mais rara.
Em 2011, teve mais uma passagem pelo Belo e depois disto terminou sua carreira jogando a 2ª divisão do Paraibano, primeiro pelo Miramar e depois pelo Nacional de Patos. Desde 2013 estava aposentado, sem clube.
*Por Phelipe Caldas/João Pessoa~G1 PB
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