terça-feira, 13 de agosto de 2019

Procurado pelo FBI por suspeita de integrar grupo terrorista Al-Qaeda deve se apresentar à PF em SP, diz advogado

FBI procura, no Brasil, egípcio suspeito de integrar Al-Qaeda — Foto: Reprodução/FBI

O egípcio Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, apontado pelo FBI como participante da organização terrorista Al-Qaeda, deve se apresentar até o fim desta terça-feira (13) na Polícia Federal em São Paulo, segundo seu advogado Musslim Ronaldo Vaz.

"Ele vai novamente até a Polícia Federal prestar esclarecimentos. Aliás, ele esteve ontem lá. Antes mesmo de qualquer comunicação na imprensa, ele se apresentou voluntariamente para atualização de dados na Polícia Federal do aeroporto de Cumbica", afirmou Vaz.

Segundo o advogado, até o momento não há mandado de prisão nacional ou internacional contra Ibrahim.

O FBI divulgou nesta segunda-feira (12) que busca o egípcio no Brasil por suspeita de ter participado da organização terrorista como "agente e facilitador".

"Ele esteve, supostamente, envolvido no planejamento de ataques contra os Estados Unidos e seus interesses, e no fornecimento de apoio material para Al Qaeda desde, aproximadamente, 2013", diz o comunicado do FBI.

Embora o órgão norte-americano tenha feito o alerta de que ele "deve ser considerado armado e perigoso", ainda considera o homem como suspeito. O FBI informou que procura o egípcio para interrogá-lo – o alerta não fala em prisão.

O advogado disse que Mohamed mora em São Paulo desde o início de 2018, é casado com uma brasileira que está grávida e é empresário do ramo de móveis.

"Mohamed era do partido de oposição ao grupo que tomou o poder no Egito, durante a Primavera Árabe. Veio para o Brasil fugindo da perseguição aos opositores do atual governo. Jamais passou pelos Estados Unidos e nunca teve qualquer envolvimento com atividades terroristas. Ele só participou das questões políticas de oposição contra o atual governo do Egito", disse Vaz.

O advogado afirmou ainda que ele não possui armas, tem endereço fixo, e que se apresentou na Polícia Federal a pedido do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) para exibir documentos que comprovassem a perseguição política que sofreu lá.

Ainda segundo o advogado, a Polícia Militar foi até a casa de Ibrahim sem um mandado de prisão. “A Polícia Militar o procurou na residência, sem um mandado de prisão, sem justificativa legal que permitisse a entrada deles na casa. A PM entrou na casa. Isso aconteceu por volta da 1h da manhã", disse.

Governo brasileiro promete cooperar

Em nota conjunta, os ministros das Relações Exteriores e da Justiça e da Segurança Pública confirmaram que o egípcio entrou no Brasil em 2018 e obteve autorização de residência. Segundo o governo, Ibrahim está em situação migratória regular.

"O governo brasileiro está aberto a cooperar com as autoridades norte-americanas no que for solicitado, nos termos de nossa legislação, e está acompanhando o caso", diz a nota.

*TV Globo — São Paulo

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