Os resultados divulgados hoje no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2009 foram bons. Essa é a avaliação de Maria Helena Guimarães de Castro, pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e ex-secretária de Educação de São Paulo no governo José Serra (PSDB). "Ele mostra que a tendência de melhora das séries iniciais [do nível fundamental] permanece, e a melhora dos anos finais em português também foi significativa", diz.
Os dados divulgados mostram que, de 1ª a 4ª série, o índice em português no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica)/Prova Brasil foi de 175,8 em 2007 para 184,3 em 2009 - um aumento de 8,5. Em matemática, a nota foi de 193,5 para 204,3 - crescimento de 10,8 na média. A melhora das séries iniciais, segundo a pesquisadora, é importante, pois terá impacto nas séries seguintes.
A pesquisadora ressalta, no entanto, que as notas de matemática dos anos finais do ensino fundamental (5ª a 8ª série) e do ensino médio ainda são muito baixas. "Os resultados [em português] mostram que os responsáveis pelo ensino, que são os Estados e os municípios, estão melhorando na parte de alfabetização, mas mostram também que é preciso investir muito em formação continuada de matemática nas séries finais do fundamental e no ensino médio". "O aprendizado da disciplina nestas séries depende, sobretudo, da educação escolar, de professores que tenham domínio da matéria e que saibam ensinar", diz.
Para Maria Helena, os resultados divulgados hoje pelo MEC (Ministério da Educação) devem ser utilizados para ajudar as escolas a melhorarem o desempenho dos estudantes. "Muitos professores não conhecem a metodologia da Prova Brasil e do Saeb, é preciso que se faça um relatório analítico para ajudar as escolas. Um número não quer dizer muita coisa para a escola; é isso o que está faltando, um bom material pedagógico para que os Estados possam focar nos resultados e superar as deficiências", diz.
Intervenção
"A grande questão como política pública é como melhorar o resultado de matemática de 5ª a 8ª série e no ensino médio, e o que me parece fundamental é um bom material de análise pedagógica dos resultados, para orientar a capacitação dos professores", diz Maria Helena. Ela defende uma intervenção específica em matemática, que apresentou resultados fracos nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.
"É em matemática que temos mais dificuldade, e isso se reflete no ensino médio, que está estagnado. Anos atrás, a explicação da nota ruim era o aumento do número de alunos da rede; agora não, pois o número está diminuindo. Agora, o desempenho depende de professor, da escola, do material didático", completa.
A pesquisadora conta que, de 1997 a 2001, os sistemas de ensino tiveram grande incorporação de alunos e isso se refletiu na queda dos resultados das avaliações de educação governamentais. A partir de 2002, porém, o número de alunos novos se estabilizou, e os resultados começaram, novamente, a melhorar.
Formação continuada
A pesquisadora defende a formação continuada baseada no índice divulgado pelo MEC como forma de melhorar o desempenho dos alunos da rede pública.
"A formação continuada [oferecida pelo governo] ainda é pequena, tem pouca abrangência e é feita apenas com orientações das universidades; não levam em consideração os resultados da Prova Brasil e do Saeb. Seria importante que o MEC fizesse um programa com base nesses dados, com um novo desenho. Do jeito que está hoje, a plataforma [Freire] não resolve o problema de conteúdo. Se o professor não tiver domínio do que ele deve ensinar, não conhecer os problemas que aparecem, e ele vai continuar sem saber o que ele precisa superar", diz.
Fonte UOL
Os dados divulgados mostram que, de 1ª a 4ª série, o índice em português no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica)/Prova Brasil foi de 175,8 em 2007 para 184,3 em 2009 - um aumento de 8,5. Em matemática, a nota foi de 193,5 para 204,3 - crescimento de 10,8 na média. A melhora das séries iniciais, segundo a pesquisadora, é importante, pois terá impacto nas séries seguintes.
A pesquisadora ressalta, no entanto, que as notas de matemática dos anos finais do ensino fundamental (5ª a 8ª série) e do ensino médio ainda são muito baixas. "Os resultados [em português] mostram que os responsáveis pelo ensino, que são os Estados e os municípios, estão melhorando na parte de alfabetização, mas mostram também que é preciso investir muito em formação continuada de matemática nas séries finais do fundamental e no ensino médio". "O aprendizado da disciplina nestas séries depende, sobretudo, da educação escolar, de professores que tenham domínio da matéria e que saibam ensinar", diz.
Para Maria Helena, os resultados divulgados hoje pelo MEC (Ministério da Educação) devem ser utilizados para ajudar as escolas a melhorarem o desempenho dos estudantes. "Muitos professores não conhecem a metodologia da Prova Brasil e do Saeb, é preciso que se faça um relatório analítico para ajudar as escolas. Um número não quer dizer muita coisa para a escola; é isso o que está faltando, um bom material pedagógico para que os Estados possam focar nos resultados e superar as deficiências", diz.
Intervenção
"A grande questão como política pública é como melhorar o resultado de matemática de 5ª a 8ª série e no ensino médio, e o que me parece fundamental é um bom material de análise pedagógica dos resultados, para orientar a capacitação dos professores", diz Maria Helena. Ela defende uma intervenção específica em matemática, que apresentou resultados fracos nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.
"É em matemática que temos mais dificuldade, e isso se reflete no ensino médio, que está estagnado. Anos atrás, a explicação da nota ruim era o aumento do número de alunos da rede; agora não, pois o número está diminuindo. Agora, o desempenho depende de professor, da escola, do material didático", completa.
A pesquisadora conta que, de 1997 a 2001, os sistemas de ensino tiveram grande incorporação de alunos e isso se refletiu na queda dos resultados das avaliações de educação governamentais. A partir de 2002, porém, o número de alunos novos se estabilizou, e os resultados começaram, novamente, a melhorar.
Formação continuada
A pesquisadora defende a formação continuada baseada no índice divulgado pelo MEC como forma de melhorar o desempenho dos alunos da rede pública.
"A formação continuada [oferecida pelo governo] ainda é pequena, tem pouca abrangência e é feita apenas com orientações das universidades; não levam em consideração os resultados da Prova Brasil e do Saeb. Seria importante que o MEC fizesse um programa com base nesses dados, com um novo desenho. Do jeito que está hoje, a plataforma [Freire] não resolve o problema de conteúdo. Se o professor não tiver domínio do que ele deve ensinar, não conhecer os problemas que aparecem, e ele vai continuar sem saber o que ele precisa superar", diz.
Fonte UOL
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