Operação Hecatombe foi deflagrada em 2013 (Foto: Divulgação/Polícia Federal do RN) |
Apontado como integrante de um grupo de extermínio, e também acusado de ser o executor de uma chacina que vitimou quatro pessoas em setembro de 2011 na Zona Norte de Natal, o sargento da Polícia Militar Itagibá Maciel de Medeiros foi solto após ser absolvido em júri popular realizado nesta segunda-feira (22) no Fórum Municipal Desembargador Miguel Seabra Fagundes, na Zona Sul da capital potiguar.
Itagibá fazia parte de um grupo de 18 homens, incluindo seis PMs e um ex-PM, presos em 2013 como resultado da Operação Hecatombe, que investigou 22 homicídios e cinco tentativas de assassinatos ocorridos no Rio Grande do Norte.
“A mãe de duas das quatro vítimas, que o Ministério Público fez questão de afirmar que teria reconhecido Itagibá como o assassino dos filhos dela, deixou claro durante o julgamento que os criminosos estavam todos encapuzados, e que ela que não tinha nenhuma condição de apontar o sargento como participante dos homicídios. Assim, não restou outra coisa ao MP senão reconhecer que houve insuficiência de provas”, afirmou a advogada Kátia Nunes, defensora do acusado.
Segunda absolvição
Esta foi a segunda absolvição de Itagibá. No dia 29 de abril, ele e outros três acusados sentaram no banco dos réus para se defenderem das acusações de duas tentativas de homicídio e associação criminosa. Além dele, foram inocentados o também policial militar Rubens Bezerra da Rocha e o comerciante Moisés Severiano da Silva. Já o vaqueiro Osvaldo Galdino da Silva, acabou condenado a pouco mais de 11 anos de prisão em regime fechado. Os outros 14 denunciados pela Hecatombe aguardam julgamento em liberdade.
“Itagibá passou dois anos, quatro meses e dezesseis dias preso. Agora, depois de todo este tempo, finalmente houve justiça. E mais uma vez foi desmistificado esse bicho chamado grupo de extermínio”, acrescentou a advogada.
Operação Hecatombe
A operação Hecatombe foi deflagrada no dia 6 de agosto de 2013 e prendeu 18 pessoas, entre elas seis policiais militares e um ex-PM. Segundo a Polícia Federal, reponsável pelas prisões, durante as investigações foram encontradas provas do envolvimento dos acusados em um grupo de extermínio responsável por 22 homicídios consumados e outras cinco tentativas de assassinato. No total, ainda foram apreendidas 29 armas, entre revólveres, pistolas, espingardas e um fuzil. Além disso, mais de 11 mil munições também foram encontradas.
Armas apreendidas durante a operação Hecatombe (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Uma delegada de Polícia Civil, um promotor de Justiça e um agente da Polícia Federal estariam marcados para morrer. As investigações também apontaram que o grupo cobrava entre R$ 500 e R$ 50 mil para executar as vítimas.
A operação foi realizada nos municípios de Natal, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim e Cerro Corá. Ao todo, participaram da ação 215 policiais federais, sendo que 30 deles são do Comando de Operações Táticas Especializado em Operações de Alto Risco, de Brasília.
Todos os presos foram autuados por crimes de homicídio qualificado praticado por grupos de extermínio e constituição de grupo de extermínio.
Nas denúncias oferecidas à Justiça, o Ministério Público concluiu que os motivos das execuções eram os mais variados e iam desde crimes encomendados, disputas pelo controle de pontos de venda de drogas, brigas, discussões e até mesmo a queima de arquivo com a eliminação de testemunhas de crimes.
*Do G1 RN
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