O tiro que matou o capitão Erivaldo Moneta foi disparado pelo diretor da Academia de Polícia Civil da Paraíba (Acadepol), segundo informações divulgadas pela Polícia Civil durante uma entrevista coletiva, nesta sexta-feira (26), em João Pessoa. O então tenente foi baleado durante um conflito, após a fuga de 92 detentos do presídio de segurança máxima PB1, em setembro deste ano.
No entanto, de acordo com o delegado Marcos Paulo Vilela, Superintendente da Polícia Civil no estado, a situação do diretor da Acadepol é configurada como legítima defesa putativa, ou seja, quando a pessoa acha que está em estado real de legítima defesa, tendo em vista o contexto.
Ele ainda afirmou que, por isso, o diretor e as outras pessoas que estavam na Acadepol não vão ser indiciadas. Contudo, o inquérito vai ser entregue à Justiça.
O contexto
O superintendente explicou que, por conta do ataque ao presídio, a Acadepol estava em estado de alerta. Nesse período, um carro preto, descaracterizado, da Polícia Militar – em que estavam o então tenente Moneta e outros dois policiais militares – realizava buscas na região por fugitivos.
Conforme o delegado, em depoimento, os policiais que estavam no carro relataram que, ao se aproximarem da Acadepol, viram duas pessoas em uma moto e pediram que eles parassem.
Entretanto, eles não obedeceram e, por isso, os policiais que estavam no carro atiraram, na tentativa de fazê-los parar. Em depoimento, os ocupantes da moto informaram que não pararam por não saber que era um pedido da polícia. Alguns desses disparos atingiram a academia.
Com isso, a equipe que estava na Acadepol, inclusive o diretor do local, acreditando que pudesse ser uma possível tentativa de invasão, tendo em vista o que tinha acontecido no PB1, atirou contra o carro.
Após os disparos, o carro bateu em um poste e os ocupantes da moto pararam. A equipe que estava na Acadepol, porém, permaneceu escondida, por não saber quem eram aquelas pessoas, e, só saiu, quando viu que havia uma movimentação em torno do que tinha acontecido.
Morte de tenente aconteceu após uma fuga em massa do presídio PB1, em João Pessoa — Foto: Walter Paparazzo/G1/Arquivo
O resultado dos laudos
De acordo com o delegado Marcos Paulo, as armas, tanto da equipe que estava na Acadepol, como dos policiais militares que estavam no carro junto com o capitão Moneta, foram recolhidas para perícia. Além disso, o carro foi apreendido, as imagens do circuito de segurança da Acadepol foram recolhidas para serem analisadas e a necropsia foi feita.
Com base nos resultados desses laudos e dos depoimentos, a polícia constatou que o projétil que atingiu e matou o então tenente partiu da pistola que estava com o diretor da Acadepol.
O delegado Reinaldo Nóbrega, da Delegacia de Homicídios, explicou que não há marcas de tiros no carro, o que indica que a bala que matou o policial entrou pela janela de trás do veículo, que estava aberta.
Erivaldo Moneta
No dia 4 de outubro, Erivaldo Moneta recebeu uma promoção post-morten ao posto de capitão da Polícia Militar, publicada no Diário Oficial da Paraíba. A promoção foi retroativa e contou do dia 10 de setembro de 2018.
Ele era natural do Recife, capital de Pernambuco, e tinha seis anos de serviço na Polícia Militar, com láurea do mérito operacional grau I.
Tentente da PM da Paraíba Edvaldo Moneta foi enterrado no Recife — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
*Paraíba Debate
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