Eliano Silva, em Pau dos Ferros, divulga seu trabalho pelas redes sociais
Jovem, o poeta e músico Eliano Silva é um sonhador, mas, acima de tudo, é um sonhador que projeta o seu caminho artístico pelas redes sociais.
Utilizando as mídias da internet para divulgação de seus trabalhos, Eliano diz que a música também foi a porta de entrada para a literatura. “Inspirei-me em grandes nomes do rock, da MPB, do Folk... artista que tem forte literalidade em suas canções, poesia pura. Ouvi de Luiz Gonzaga a Beatles. Devo dizer que as intertextualidades nas músicas de Renato Russo me fizeram conhecer muitos poetas, filósofos e outros cantores. Comecei a escrever para fazer músicas e para recitar nos saraus da escola. Outra coisa: leio muito literatura, tanto brasileira quanto estrangeira. É um gosto que adquiri muito cedo também e me fez querer entrar para o curso de Letras, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte”, frisa o poeta.
Por enquanto, Eliano diz que usa a internet para divulgar os trabalhos. “Tenho apenas umas gravações caseiras de algumas das minhas músicas, que divulgo nas redes sociais para amigos e para o público em geral. O projeto de gravar o meu primeiro EP existe e sairá em 2014. A minha música é intimista e descomplicada. Escrevo sobre mim e sobre os meus dias. Sou um colecionador de cotidiano, pego tudo e boto em acordes. Acredito, sinceramente, que o comércio musical não faz sentido para mim e para outros semelhantes. As gravações que eu mesmo fiz estão disponibilizadas em meu soundcloud, basta acessar: soundcloud.com/a-s-s-2 e qualquer pessoa pode fazer o download. Eu quero é que escutem de graça, que gostem ou não. Se for pra ter lucro vendendo discos, passarei fome. Além do mais, não vivo de música, vivo com a música. Não tenho interesse comercial”, completa.
Para ele, os artistas autorais estão despontado na medida em que lançam seus trabalhos. “Mas, me parece, que se o artista não tiver por trás de si algum tipo de empresário ou equipe que busque os espaços e as oportunidades de projeção, não rola. E boa parte do público ainda não consegue contemplar músicas e músicos desconhecidos e completamente independentes. Felizmente existem os espaços alternativos que estão com suas portas abertas para artistas como eu. As pessoas curtem meus shows de voz e violão. Em barzinhos e pizzarias, toco músicas covers de pop rock e MPB, quando toco nas universidades, lançamentos de livros, congressos, eventos desse tipo, eu só toco música autoral e a recepção do público e satisfatória”, frisa.
Segundo ele, Pau dos Ferros caminha para se tornar uma cidade mais cultural. “No dia 23, participei da primeira reunião entre poetas e estudantes para a fundação de um coletivo de contracultura, assim como um espaço de encontros mensais em que ocorrerão apresentações culturais e debates sobre temáticas diversas. Mensalmente, já ocorrem saraus de poesia nas praças públicas organizados pela ONG de uns companheiros meus. Cultura em Movimento (CeM). No primeiro semestre de 2014, começaremos um projeto de arte de rua, a Cia. Arruaceiros, um grupo teatral que mesclará música e artes cênicas. Os palcos serão as ruas”, fala.
"O ato de compor é solitário"
Para Eliano Silva, o ato de compor é um momento solitário. “Com um violão, um caderninho e um gravador tento encaixar em melodias e harmonias minhas letras. Eu me divirto com isso, principalmente pela parte em que crio as letras. Uma noite acordei no meio da noite com uma ideia e por falta de papel ao alcance, escrevi no lençol da cama. Ao amanhecer, decifrei e passei a limpo para meu caderninho de anotações. Normalmente, aproveito as caminhadas de casa para a faculdade para ir pensando na vida, isso me rende bons escritos, por vezes, perdi as primeiras aulas para exteriorizar os pensamentos do andarilho”, diz.
Ela acredita que umas das principais dificuldades para o artista é o desdém dos empresários e donos de casa de shows, eles não patrocinam nem contratam músicos que não tocam os sucessos midiáticos que estão na boca do povo. “E povo por outro lado, como eu já comentei, resiste ao novo e desconhecido. Isso é uma luta para o artista autoral e de um estilo musical diverso do forró, do pagode ou sertanejo universitário, que são os estilos mais disseminados nas TVs, rádios e internet. Talvez as pessoas não estejam tendo a oportunidade de se deparar no barzinho com um artista tocando suas próprias músicas”, explica, lamentando.
Além de Pau dos Ferros, Eliano já tocou em algumas cidades próximas, em eventos associados à literatura e é nesse tipo de evento que se sente à vontade de para apresentar o seu trabalho. “Já que é um espaço literário e as pessoas estão dispostas a ouvir tanto uma declamação de poesia quanto uma poesia musicada, é uma maravilha”, salienta. “Tenho uma relação estreita com a música desde criança, mesmo antes de aprender a tocar algum instrumento: fazia shows empunhando um violãozinho de brinquedo e tinha como público a família e os vizinhos. Posso dizer que o incentivo que tive, mesmo sendo em uma brincadeira despertou em mim a vontade de ser músico. Minha família é muito musical. Meu pai toca percussão em conjuntos de forró pé de serra, e tenho vários primos envolvidos na música. Tive um contato mais didático através de um grupo de flautas da Prefeitura de Pau dos Ferros, nesse grupo tive as primeiras lições teóricas e em pouco tempo eu estaria tocando flauta doce pras bandas voar”, brinca.
O COMPOSITOR
Antônio Eliano Juvêncio da Silva nasceu em 1991, em Pau dos Ferros. Filho de Antônio Juvêncio Filho e Maria Leite de Souza. “Noivo de uma pequena chamada Mariane Ferreira de Lima”, como gosta de frisar. Estudante de Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Escreve para o blog: nosseuslivrosnosseusdicos.blogspot.com. E no Facebook podem acessar através do endereço www.facebook.com/elianoj.silva A página do projeto é www.facebook.com/bandaasos.
* Jornal Gazeta do Oeste
Parabéns cara!!!!!!!!!!!
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