sábado, 10 de março de 2018

Número de ataques a bancos quase dobra nos primeiros dois meses do ano, na PB

Agência bancária ficou completamente destruída em João Pessoa, após ser explodida no último dia 27 (Foto: Walter Paparazzo/G1)

Apenas nos dois primeiros meses de 2018, 17 postos bancários foram explodidos, assaltados ou arrombados em todo o estado da Paraíba. Se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados nove casos, o número quase dobrou, o que indica um aumento de cerca de 100%.

Os dados do Mapa da Violência do Sindicato dos Bancários da Paraíba indicam que, das 13 ocorrências registradas este ano, 11 foram explosões, cinco arrombamentos e um assalto. Já em 2016, foram cinco explosões, um arrombamento e dois assaltos.

Para o presidente do sindicato, Marcelo Alves, várias medidas poderiam ser adotadas para evitar os ataques, como instalar dilaceradores de cédulas e outros mecanismos, no entanto, ele apontou que isso não tem sido feito. “Nós acreditamos que, se os bancos investissem em segurança, isso diminuiria. Existem alguns dispositivos que poderiam estar implementando, mas me parece que eles não têm esse interesse. Veem isso como custo, não como investimento”, destacou.

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), afirmou, por meio de nota, que “os bancos fazem relevantes investimentos e empenham grandes esforços para contribuir com as autoridades no combate a esse tipo de problema de segurança pública do qual também são vítimas”, investindo, inclusive, R$ 9 bilhões de reais ao ano em segurança bancária, contando também com o desenvolvimento de equipes especializadas nessa área.

Novos métodos e prejuízos

De acordo com o presidente do sindicato, Marcelo Alves, esses ataques a bancos têm se tornado mais sofisticados e perigosos. “Esses não são apenas roubos a bancos, mas quadrilhas especializadas. E, além de serem ousados, eles têm criado novos métodos”, pontuou.

Os casos acontecem em diferentes regiões do estado e demonstram uma organização e preparo prévios dos criminosos. No último dia 21 de fevereiro, vinte homens fecharam a entrada da cidade de Salgado de São Félix, no Agreste Paraibano, e, segundo moradores, chegaram a utilizar um drone para vigiar a área durante a ação. O grupo explodiu um banco, atirou várias vezes pelas ruas para evitar que os moradores saíssem de casa e, durante a fuga, queimou um veículo e jogou grampos na pista.

Banco foi explodido na madrugada do dia 21 de fevereiro, em Salgado de São Félix, na PB (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)


No dia 16 de janeiro, uma agência bancária, na cidade de Boqueirão, no Cariri paraibano, foi atacada duas vezes em menos de 24 horas. Nas ocasiões, cofres foram arrombados e um caixa eletrônico foi explodido. Já na capital paraibana, no dia 27 de fevereiro, assaltantes explodiram uma agência localizada no bairro de Jaguaribe, e ameaçaram moradores.

O presidente do sindicato apontou esse último caso como exemplo dos prejuízos que podem ser causados à prestação de serviços. “Por conta da explosão da agência em Jaguaribe, todos aqueles clientes tiveram que se deslocar para a agência de Cruz das Armas, causando transtornos, já que o espaço físico é pequeno e não comporta não só a quantidade de bancários, mas a população”, explicou.

Segundo o sindicato, esses ataques prejudicam não somente o atendimento a população, mas a economia local, principalmente nos municípios do interior do estado. “Os prejuízos são enormes, não só para a população, mas também para os bancários. Gera todo um transtorno nos municípios, o comércio diminui, o banco deixa de funcionar e as pessoas têm que se deslocar para outro município para receber seus salários e pensões”, enfatizou Marcelo Alves.

Além disso, ele também ressaltou que a violência pode prejudicar o bem estar mental das pessoas que trabalham nesses locais. “Isso gera trabalhadores amedrontados, embora o horário das explosões não seja o de trabalho, mas aquele é o ambiente de trabalho deles, então aquilo mexe com o psicológico”, salientou.

O sindicato aponta que é necessário que haja um trabalho coordenado das forças policiais. “Temos sugerido para as polícias que, através do serviço de inteligência, façam esse serviço e se antecipem aos assaltos a bancos e às ações dessas quadrilhas”, frisou.

*G1 PB

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