Leonardo Heitor foi solto após ficar preso por três meses — Foto: Divulgação
O jornalista Leonardo Heitor Miranda, de 38 anos, acusado de importunação sexual, difamação, ameaça e tentativa de estupro, usando perfis falsos, foi solto na tarde desta quinta-feira (27) do Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), na capital mato-grossense. Dez mulheres denunciaram o repórter à polícia.
A juíza Tatiane Colombo, da 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, revogou a prisão do jornalista na quarta-feira (26).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) de Mato Grosso, Leonardo recebeu tornozeleira eletrônica por determinação da Justiça de Mato Grosso.
Ele foi preso em novembro de 2019 por descumprir uma medida protetiva ao se aproximar do local de trabalho de uma das vítimas.
À imprensa, o jornalista disse que foi ao prédio comercial para consultar um advogado. O G1 não localizou a defesa dele.
"No entanto, para evitar maiores problemas, faço um adendo à medida protetiva, para que a distancia mínima tão-somente atribuída à residência e aos familiares da vítima, seja também estendida ao local de trabalho da mesma, sendo que ressalvo o descumprimento neste caso, poderá novamente ensejar nova prisão", alertou a juíza na decisão.
A magistrada afirmou que de forma alguma Leonardo deverá se aproximar da vítima, dos seus familiares, das testemunhas.
"Sobre as testemunhas, além de configurar o descumprimento de medidas protetivas, poderá caracterizar outras tipificações penais", finalizou.
Ele constrangia colegas com mensagens de cunho sexual — Foto: Reprodução
Em janeiro deste ano a juíza da 6ª Vara Criminal de Cuiabá, Suzana Guimarães, revogou outra prisão do jornalista, que acabou continuando preso por força de um segundo mandado.
O caso
Pelo menos 10 mulheres fizeram denúncia contra ele na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher.
A prisão foi pedida pela polícia em um inquérito de crime contra a dignidade, que tramita na delegacia. O mandado de prisão foi deferido pela 1ª Vara da Violência Doméstica e Familiar da Capital.
Leonardo Heitor trabalhava como assessor na Assembleia Legislativa e foi exonerado do cargo após as denúncias.
Nos perfis falsos, o suspeito usava a foto de um homem que mora em Portugal e que seria amigo de um conhecido do jornalista.
Em uma postagem no perfil dele no Facebook, ele diz ter registrado um boletim de ocorrência contra o suspeito por uso indevido de imagem.
O jornalista agia sempre da mesma forma. Ora se aproveitando da proximidade devido à profissão, ora se aproveitando dos contatos que tinha das vítimas para mandar mensagens usando perfis falsos, segundo as vítimas.
À época em que o caso veio à tona, o jornalista disse que conversava com algumas colegas de trabalho, mas que não tinha a intenção de assediá-las.
*G1 MT