OLIMPÍADA NACIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA TERÁ ESTUDANTE DE VENHA VER/RN NA DISPUTA.

A estudante Kaliane Chaves Rodrigues, 16 anos, que cursa o ensino médio na Escola Pedro Trajano Torres, em Venha Ver/RN, foi uma das selecionadas para a Olimpíada Nacional da Língua Portuguesa que realizar-se-à em dezembro, em São Paulo. A viagem da estudante está marcada para o dia 11, quando já nos dias 12 à 14 disputará o título deste conceituado prêmio.

A Olimpíada Nacional da Língua Portuguesa:

A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro desenvolve ações de formação de professores com o objetivo de contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras.

A Olimpíada tem caráter bienal e, em anos pares, realiza um concurso de produção de textos que premia as melhores produções de alunos de escolas públicas de todo o país. Na 3ª edição participam professores e alunos do 5º ano do Ensino Fundamental (EF) ao 3º ano do Ensino Médio (EM), nas categorias: Poema no 5º e 6º anos EF; Memórias no 7º e 8º anos EF; Crônica no 9º ano EF e 1º ano EM; Artigo de opinião no 2º e 3º anos EM. Nos anos ímpares, desenvolve ações de formação presencial e a distância, além da realização de estudos e pesquisas, elaboração e produção de recursos e materiais educativos.

Uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec — Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro tem como parceiros na execução das ações o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Canal Futura.

Eis o texto que garantiu a estudante venhavenhense o acesso a fase final da Olimpíadas da Língua Portuguesa:

Eu já não sei mais como contar o passado. No momento, tudo mudou. Mas de repente, sinto nascer um singelo sentimento e tudo parece, dentro de mim, renascer tudo o que até então adormecia. Vejo pois, que o tempo passou tão depressa pela janela dos meus dias que nem ao menos percebi, e quando me dei conta, já não havia mais oportunidades para reviver tantas lembranças que nem mesmo o tempo foi capaz de apagá-las.

Morávamos em uma casa pequena de mais para 08 pessoas. Durante as noites frias o vento assobiava uma canção que alternava-se entre melancólica e assustadora. Até hoje tenho em minha mente o tic-tac do relógio na parede que anunciava o fim das frias madrugadas. Após a entoada da última canção do galo, sentia exalado por todo o quarto o cheiro do café que vinha da cozinha e o barulho que fazia no bule soava aos meus ouvidos como uma canção e um convite a ficar de pé. A Tarde chegava com o sol Já se pondo as 5:30, onde passava e via um campinho de futebol, onde crianças jogavam bola com o sorriso brilhante, ainda ouço os risos quando de quando vencia o jogo, os gritos de vitórias que hoje não passam de apenas lembranças que só vive em meu pensamento, e que ninguém nunca viveu.

Tudo passou, mas não passou por acaso, por que ficaram pedacinhos morados dentro de mim. Hoje já sei que cada sorriso, cada lágrima, cada tropeço ficou escrito não só em um simples rascunho amarelado pelo tempo, mas sim, nas coloridas páginas da minha vida. E cada dia que passava me sentia mais distante do futuro que me fazia refletir: o que ando fazendo? Para onde ir? E logo percebia que, em nossas vidas, havia sempre uma mão que nos ajudava a levantar, que nos apontava a luz e enxugava cada lágrima que corria sobre o rosto.

São muitas as coisas que podemos lembrar, mas apenas isto basta para relembrar o passado. Um passado que pode ser tanto de boas recordações como de passagens que nos faz doer. Mas tudo isso nos dá a certeza de que a vida nos leva por caminhos que, muitas vezes, não decidiríamos por si só, mas que são necessários para as conquistas futuras.

Diante de tudo isto, apenas de uma coisa tenho a certeza: de que as lembranças são marcas que guardamos no livro da vida quando, de repente viramos a página, nos fantasiamos de cores e sonhos e passamos a escrever novas páginas e a sonhar novos sonhos.

*RN POLITICAEMDIA2012