Há pouco mais de 20 dias, o município de Quixadá, na região Central do Ceará, vivencia uma verdadeira guerra travada entre a polícia e criminosos. São cerca de 10 mortes em consequência dos confrontos, entre eles três policiais militares.
O massacre teve início quando um grupo de criminosos tentou assaltar um carro-forte na noite do dia 30 de junho. Na ocasião, o sargento Francisco Guanabara Filho, de 50 anos, o cabo Antônio Joel de Oliveira Pinto, de 33 anos, e o soldado Antônio Lopes Miranda Filho foram baleados e não resistiram. Um quarto agente ficou ferido.
O governador Camilo Santana (PT) classificou o crime como “ataque ao Estado”. Ele afirmou que o episódio causou indignação tanto a ele quanto à toda a cúpula da Secretaria de Segurança. O cenário de ataques a policiais e ao Estado também foram registrados na região metropolitana de Fortaleza nas últimas semanas.
Na região Central do Estado, precisamente em Quixadá e região, a partir do ataque ao carro-forte que resultou na morte dos três policiais, começou uma série de assassinatos. No dia 7 de julho, dois suspeitos foram mortos pela PM quando tentavam matar outro rapaz que passou por uma abordagem policial.
Eles foram identificados como Emanuel Ferreira da Silva, de 19 anos, e Francisco Paulo do Nascimento, de 20 anos. Um tenente da Polícia Militar e outras duas pessoas foram baleadas, mas não correm risco de morrer.
No dia seguinte, 8 de julho, o empresário Cristiano da Silva, de 42 anos, foi executado com sete tiros na cabeça. De acordo com a Secretaria de Segurança do Ceará, ele era suspeito de participar da morte dos três policiais em junho e seria ouvido pela Polícia Civil no dia seguinte à sua morte.
A delegada Regional de Quixadá, Ana Cláudia Nery, que investiga o caso trabalha duas linhas de investigação: vingança e queima de arquivo.
Em 19 de julho, os empresários Veridiano Cabral, seu filho Sadoque, além do advogado José Filho, foram executados com 25 tiros de fuzil pouco minutos após saírem da Delegacia de Quixadá.
A delegada Ana Cláudia contou à imprensa local que o trio tinha ido à delegacia desmentir uma matéria veiculada por um blog, onde apontava a participação de pai e filho em assaltos a bancos. A delegada investiga se este caso tem relação com a morte dos três policiais em junho.
“Eles já deveriam estar sendo monitorados e seguidos, então foram para o batalhão justamente para tentar achar abrigo”, revelou a delegada ao jornal O Povo.
Na região Metropolitana de Fortaleza também estão sendo registrados ataques às forças de Segurança do Estado, a prédios públicos e transporte coletivo. Só no último domingo (17), pelo menos cinco veículos foram queimados.
Para a o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, o delegado federal Delci Teixeira, os atentados teriam sido ordenados de dentro das penitenciárias da região. Pelo menos oito pessoas já foram identificadas como mandantes e seis foram presas.
Neste caso de Fortaleza, o motivo da ordem teria sido a apreensão de 500 aparelhos celulares e mais de mil chips em um presídio do município de Itaitinga, na região Metropolitana da capital. Neste mesmo presídio, a Policia Civil do Rio Grande do Norte descobriu (operação Elefante Branco) e prendeu grupo que controlava o tráfico de drogas nos dois estados.
Para tentar contornar esta situação em todo o Ceará, o governador Camilo anunciou algumas medidas de segurança, em parceria com comerciantes e lideranças políticas.
Dentre elas estão a implantação de um pelotão do Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas, a criação de uma delegacia 24h para agosto e a instalação de uma base da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (CIOPAER), ambos na região de Quixadá.
Onda de violência eleva taxa de homicídios de 2 para 7 por dia em Fortaleza
Dados da Secretaria de Segurança apontam que somente no final de semana passado, 39 pessoas foram assassinadas em todo o Ceará. Este número é 89% maior do que o mesmo período do ano passado.
Por causa dessa onda de violência, a taxa diária de homicídios em Fortaleza subiu de duas mortes para sete por dia. Este número é calculado dividindo o número de homicídios pela quantidade de dias corridos entre 1º de janeiro até hoje.
A situação preocupa a Secretaria, que afirma que o crescimento na violência é reflexo das fugas e dos mais de 20 ataques ocorridos no Estado. No Rio Grande do Norte, dentro da Secretaria de Segurança, já se cogita adoção de medidas para evitar que a onda de violência que se espalha no Ceará a partir dos presídios passe a divisa entre os dois estados.
*Mossoró Hoje
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