sábado, 17 de março de 2018

O Pote e o Sapato!

Resultado de imagem para sapato velho  vulcabras antigoQuem já não ouviu falar do Bar de Lafaiete, aqui em Alexandria, com suas histórias pitorescas e porque não dizer, também trágicas, que serviu de palco ao longo de mais de quarenta anos, notadamente para os estudantes que estudavam fora e vinham passar as merecidas férias na terrinha natal, onde naquela época o Bar de Lafaiete era o point e ficava localizado na Travessa Agostinho Maniçoba, no centro da cidade, quando quase não existia outros estabelecimentos do gênero.

Pois bem, a estudantada toda só bebia naquele bar, até porque uma das marcas registradas de Lafaiete era sua passividade e paciência e isto servia de pretexto para alguns vivaldinos comprar fiado e também dá o calote. O interessante era que isto não abalava Lafaiete, que na sua contabilidade fazia um acerto de contas, enxertando as contas dos que não pagavam, nas contas dos bons pagadores, cobrando assim uma espécie de juro, já que a demora para pagarem as contas era muito grande.

Resultado de imagem para pote de barro no canto da paredeOcorre, porém, que na década de oitenta existia uma geladeira naquele bar, não muito moderna e por isto só servia para gelar cerveja e refrigerante e por esta razão não se dispensava o uso de um pote e lá no bar isto não era exceção. Assim, em um canto de parede lá estava o pote cheio d´água para saciar a sede dos fregueses. Como não era de se estranhar, um belo dia de carnaval chega no seu Bar uma figura por demais conhecida na nossa cidade, da tradicional família Paiva. Tratava-se de Gilberto Rego de Paiva, o famoso e divertido “Bastiãozinho”, que chega muito ressacado e lhe pede um copo d´água, porém antes, preocupou-se em lhe perguntar se ele lavava sempre aquele pote, respondendo-lhe Lafaiete que o lavava toda semana. Ainda intrigado, perguntou-lhe se ele lavava o pote também do meio pra baixo, respondendo-lhe afirmativamente. A partir daí bebe sua água e logo arquiteta um plano não muito ético, quando ocultamente tira um dos seus sapatos dos pés, um samelo, e o joga no fundo do pote, só voltando a Alexandria no Carnaval seguinte e novamente vai ao Bar de Lafaiete e se lembra do sapato e novamente pergunta se Lafaiete continua lavando o pote, tendo ele respondido afirmativamente. Nestas condições, Bastiãozinho imagina: “ Esta é a hora da verdade”. Então fala pra Lafaiete lhe trazer uma cabo de vassoura e o introduz no fundo do pote e de lá pesca o sapato. Nisto, os dois ficam parados, atônitos e Lafaiete quebra o silencio e diz: “ Eu vou lhe pedir um grande favor. Não diga isto a ninguém no mundo.” Bastiãozinho nada respondeu, mas o seu pensamento já estava pronto, como dissesse em silêncio. “ Só vou dizer a duas pessoas: a Deus e o mundo.” E eu fui uma das muitas pessoas do mundo para quem Bastiãozinho contou esta história.
Por: Gilberto Lobo.




3 comentários:

  1. Essa matéria me fez voltar ao passado. Velhos tempos memoráveis aqueles. Lembro-me muito bem do bar de Lafaiete. Lafaiete era conhecido em toda região. Homem digno e provedor de uma paciência extrema. Vindo eu morar em Mossoró tive o privilégio de morar vizinho a um irmao de Lafaiete, que também tinha um bar e ra conhecido por deca do bar, localizado próximo a igreja dp alto da Conceição.

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  2. Grande Lafayete,o melhor bar de Alexandria de todos os tempos...

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  3. Tive o prazer de residir em Alexandria durante 06 anos e como tantos frequentei, juntamente com os colegas do Banco do Brasil, o bar de Lafayete, de quem guardo grandes recordações. Acho que foi um único local em que tomei boas cervejas servidas em copo de aluminio.

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