O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, se pronunciou hoje (1º) por meio de nota depois de ter sido citado pelo ex-governador Sérgio Cabral em depoimento ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, na última terça-feira (26). O cardeal afirma que "ao contrário do que insinuou o ex-governador", não houve nenhum tipo de conduta ilícita de sua parte.
Em depoimento gravado em um vídeo a que Agência Brasil teve acesso, Cabral disse não ter dúvidas de que a a organização social (OS) católica Pró-Saúde estava envolvida em pagamento de propinas. A OS administra unidades de saúde fluminenses e é investigada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio por suspeita de participar de um esquema que causou prejuízo de R$ 52 milhões ao estado.
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral é conduzido por policial federal ao ser detido durante as investigações da Operação Lava-Jato (Fernando Frazão/Agência Brasil) - Fernando Frazão/Agência Brasil
"Eu não tenho dúvida. O Dom Orani devia ter interesse nisso, com todo respeito ao dom Orani, mas ele tinha interesse nisso. Tinha o dom Paulo, que era padre, e tinha interesse nisso. E o Sérgio Côrtes [ex-secretário de saúde] nomeou a pessoa que era o gestor do Hospital São Francisco. Essa Pró-Saúde certamente tinha esquema de recursos que envolvia religiosos. Não tenho a menor dúvida”, disse Cabral.
Uma reportagem da revista Época noticia que um ex-padre que seria braço direito de Dom Orani Tempesta admitiu ter participado de um esquema de corrupção na área de saúde e assinou acordo de colaboração em um dos desdobramentos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
Em nota, o cardeal afirma que "é falsa a a alegação de o ex-padre seria seu braço direito". "A pessoa mencionada pela reportagem jamais exerceu carco algum à Arquidiocese do Rio de Janeiro e não pertence ao clero da Arquidiocese".
"Jamais utilizei minha posição de Cardeal e Arcebispo para solicitar benefícios em favor de quaisquer instituições", diz Dom Orani. "É importante que tudo seja investigado e apurado pelas autoridades competentes, a fim de que a verdade dos fatos seja restabelecida.”
Depois do depoimento de Cabral, a OS Pró-Saúde também se manifestou na última terça-feira. “A Pró-Saúde tem colaborado com as investigações e, em virtude do sigilo do processo, não se manifestará sobre os fatos. A entidade filantrópica reafirma neste momento o seu compromisso com ações de fortalecimento de sua integridade institucional, bem como com a prestação de um importante serviço à saúde do Brasil.”
*Agência Brasil Rio de Janeiro
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