A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu hoje (22), em caráter preventivo, oito pessoas acusadas de integrar uma célula da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Os investigados - sete homens e uma mulher - foram detidos na Operação Continuum, na qual também foram executados sete mandados de busca e apreensão expedidos pela 5ª Vara Criminal de Brasília.
Segundo o delegado Leonardo de Castro, os sete detidos roubavam e traficavam drogas para “abastecer os caixas da organização criminosa”.
As prisões ocorreram nas cidades de Ceilândia, Santa Maria e Sobradinho, no Distrito Federal, além de Osasco (SP), onde foi capturado um investigado apontado como um dos líderes da organização, responsável por controlar os integrantes da facção no Distrito Federal.
De acordo com o diretor da Divisão de Repressão às Facções Criminosas, delegado Maurílio Coelho, o homem preso em São Paulo era o responsável por enviar drogas para a capital da República. O dinheiro obtido com a venda das substâncias era reinvestido para garantir e fortalecer a presença do PCC na região.
“Temos percebido o hábito desta facção criminosa de levar os líderes [regionais] para outros estados no intuito de fugir da Polícia Civil”, disse Coelho, classificando a operação como “exitosa”.
Apelidos, telefones, ingresso na facção e crimes
Na casa do homem preso em Osasco foi encontrado um caderno com anotações sobre supostos membros da organização no Distrito Federal, com dados como apelidos, telefones, data de ingresso na facção e crimes cometidos.
“A facção já vem há algum tempo tentando se enraizar aqui no Distrito Federal e esses integrantes eram responsáveis por aliciar inclusive menores e pessoas sem passagem pela polícia”, afirmou Castro.
As prisões coincidiram com o anúncio de que quatro líderes do PCC foram transferidos, hoje (22), da Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, para a Penitenciária Federal de Brasília, perto do Presídio da Papuda. Entre os detidos transferidos está Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como um dos principais chefões da organização.
O delegado Maurílio Coelho disse que não vê motivos para preocupação devido à transferência para a unidade de segurança máxima inaugurada em outubro de 2018 no DF. “A Polícia Civil recebe com tranquilidade a informação de que o Marcola vem para Brasília. Temos uma Polícia Civil forte, atuante”, assegurou.
Cadeia de comando das facções
Mais cedo, o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Felix de Paiva, disse a jornalistas - logo após sair de reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, - que a transferência é uma prática comum, empregada para garantir o isolamento e, assim, tentar quebrar a cadeia de comando das facções em todo o país.
“Temos que ter condições de isolar os presos e retomar [o controle das] penitenciárias. Este é um dos caminhos vitais para combatermos as facções criminosas e a violência no país”, disse Paiva, destacando que o emprego das forças de segurança durante toda a movimentação visa a “evitar qualquer sobressalto”.
“A movimentação desses líderes de facções criminosas é necessária para isolá-los. Vir para Brasília, onde há um presídio de segurança máxima, é absolutamente natural e não vejo nenhum prejuízo para a população do Distrito Federal”, finalizou Paiva.
Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que, assim como em Porto Velho, policiais da Força Nacional de Segurança Pública reforçarão a proteção do perímetro da penitenciária federal de Brasília.
*Agência Brasil Brasília
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