Wendell Beetoven disse que o crescimento da violência no interior do RN se dá por causa da impunidade, uma vez que os crimes não são investigados.O crescimento da violência no interior do Rio Grande do Norte se dá por causa da impunidade, uma vez que os crimes não são investigados. Essa é a opinião do promotor de Justiça Wendell Beetoven Ribeiro Agra, que atua na área criminal. Para o representante do Ministério Público, o maior problema da segurança no interior do Estado é a “quase ausência” da Polícia Civil.
“A Polícia Civil tem como principal atribuição a investigação de crimes. Como ela não está presente na maioria dos municípios do nosso Estado, os crimes ou boa parte deles não são investigados. Sem a investigação, não se chega ao autor do crime e ele fica impune. E a impunidade é o maior atrativo para o crime”, explicou Wendell Beetoven.
Wendell Beetoven é promotor de Justiça com atuação em Natal, mas mantém contato com outros promotores de outras comarcas. “Os meus colegas reclamam muito dessa ausência da Polícia Civil. E isso não foi resolvido ainda por falta de pessoal. Faltam policiais para o interior”.
O promotor lembrou que, historicamente, a Polícia Militar era a quem “apurava” crimes no interior. “Mas isso foi mudado devido a uma ação que o Ministério Público moveu contra o Estado para se acabar com essa irregularidade. Acontece que com esse impedimento, praticamente acabaram-se as investigações de crimes”.
Wendell Beetoven disse que a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) até remanejou delegados para responder por todas as cidades do Estado. “Mas muitos deles ficaram responsáveis por várias delegacias e não houve um remanejamento também de agentes e escrivães. Um delegado não tem como investigar um crime sozinho, ainda mais se responde por mais de dez delegacias”.
O promotor falou que o trabalho da Polícia Civil se resume às grandes cidades do Estado. “Bem ou mal, há trabalhos investigativos em Natal, Mossoró, Caicó e em mais algumas poucas cidades. Nas demais, quando se faz algo, faz-se apenas o básico”.
Para ele, esse problema só será resolvido com a interiorização da Polícia Civil. “E isso só será possível com o aumento do efetivo. Basta ver que passamos 13 anos sem concurso para a Polícia Civil. Ou seja, o número de agentes, escrivães e delegados não acompanhou o crescimento do Estado”.
Wendell Beetoven frisou que o trabalho da Polícia Militar também é precário. “Mas mesmo assim, há de se registrar o mérito da PM. Bem ou mal, é ela quem faz o trabalho ostensivo e preventivo no em todo o Estado. Se não fossem os policiais militares, com certeza a criminalidade no interior do Rio Grande do Norte estaria bem pior”, concluiu.
nominuto
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