quinta-feira, 14 de abril de 2011

Polícia e Sociedade

Autor: Rérison Rômulo Fernandes (Soldado da Polícia Militar do RN Graduado em GEOGRAFIA pela (UERN).
A palavra "Policia" surge na Grécia, provindo do termo grego "politéia" e do latim "politia", e é um conjunto de leis ou regras impostas ao cidadão, com a finalidade de assegurar a moral, a ordem e a segurança pública, (FILHO, 2006, p1).


A necessidade de se criar um organismo que pudesse de alguma forma manter a ordem, a tranqüilidade e a segurança dos indivíduos, está ligada à antigüidade, quando o homem deixou o isolamento das cavernas e passou a se agrupar, formando as primeiras comunidades.


Paralelamente ao surgimento das primeiras comunidades, tem-se o aparecimento da figura do líder, do chefe do Clã, que era o responsável pelas normas a serem seguidas pelos demais integrantes.


Com o passar dos tempos, houve um aumento significativo dos grupos, e com isso, vários conflitos surgiram. Guerras com grupos rivais e atritos dentro da própria comunidade comprometiam a existência do Clã. Foi então que se sentiu a necessidade de criar, dentro dos clãs, grupos aos quais cabia não só o dever de defender a comunidade de hostilidades externas, provocadas pelos clãs rivais, mas também de garantir a segurança interna, evitando que houvesse a discórdia e que crimes viessem a ocorrer. Surge, então, o que passa a ser denominada Polícia (FILHO, 2006, p1).


No Brasil as Polícias Militares Estaduais são forças de segurança pública, as quais têm por função primordial o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública no âmbito dos estados (e do Distrito Federal). Subordinam-se aos governadores e são, para fins de organização, forças auxiliares e reserva do Exército Brasileiro, e integram o sistema de segurança pública e defesa social do Brasil.


Com o fim do Governo Militar na década de oitenta, as polícias militares voltaram-se para o objetivo de recompor suas próprias identidades, fortemente marcadas pela imagem da repressão dos dois longos períodos de regime de exceção (de 1930 a 1945, e de 1964 a 1988). Passou-se a investir numa reaproximação com a sociedade; tentando-se recuperar antigas modalidades de policiamentos, e desenvolver outras novas, uma das modalidades mais utilizadas na atual conjuntura é o Policiamento Comunitário.


Polícia comunitária é uma filosofia e uma estratégia organizacional que proporciona uma parceria entre a população e a polícia, baseado no princípio de que tanto a polícia quanto a comunidade deve trabalhar junta para identificar, priorizar e resolver problemas, como crimes, drogas, medos, desordens físicas, morais e até mesmo a decadência do ambiente. Com o objetivo de melhorar a qualidade geral de vida de todos. O policiamento comunitário baseia-se na premissa de que os problemas sociais terão soluções cada vez mais efetivas, na medida em que haja a participação de todos na sua identificação, análise e discussão. Partindo desse pré-suposto podemos afirmar que os problemas de Ordem Pública no que tange a segurança não é só um problema solucionável pela polícia e sim pelo entrelaçamento de desejo de resolução entre a sociedade e Polícia unidos pelo mesmo objetivo, a ordem pública, porém a realidade é totalmente paradoxal.


É de desestimular qualquer profissional quando ver que seus esforços em fazer o serviço bem feito é ignorado e não reconhecido pelos que são beneficiados por tal ação, é difícil ver o desprezo e a indiferença da maioria da população quando encontra um policial na rua, muitas vezes vira o rosto para outro lado para não cumprimentá-lo, não tem a consciência de que aquele profissional deixou família em casa para defender os interesse daquela mesma pessoa que vira o rosto para ele; Outro dia patrulhando pelas ruas nos deparamos com um acidente, uma mulher que vinha pilotando uma motocicleta com seu pai no garupacochilou” e veio a colidir com um canteiro na avenida, o senhor teve sua perna ferida ao impacto com o canteiro e o mesmo estava perdendo muito sangue, ao perceber uma multidão de pessoas assistindo aquele senhor perder as forças devido à hemorragia sem ter a iniciativa de socorrê-lo, paramos a viatura e percebemos uma mulher desesperada ao telefone ligando para o Corpo de Bombeiros, quando qualquer pessoa que ali estava poderia prestar essa solidariedade humana e levar a vitima ao hospital, foi então que paramos a viatura e com muito esforço dos colegas colocamos o senhor na caçamba da caminhonete sem ajuda da população que nem se quer ajudar a transportar a vítima o fez, aquela filha que naquele momento foi amparada pela Polícia agradeceu ao socorro prestado; agora eu pergunto: Porque tem que ser somente em caso de desastre que a POLÍCIA é percebida pela sociedade? Um bom dia, boa tarde ou boa noite a um cidadão policial é demonstração de educação, e bons costumes, todas as profissões há integrantes (Minoria) que está ali não por convicção, por admiração, por afinidade e sim por oportunidade, pressão, necessidade; não podemos julgar o todo, “não podemos jogar o sexto de maçãs fora devido a uma podre; se um padeiro deixa queimar uma bandeja de pão e só jogar fora, ele lida com pães, nós lidamos com vidas, liberdade” há dois pesos e duas medidas, Eu li um depoimento de um Bombeiro e achei que merecia divulgação.


“O respeito aos direitos humanos deve ser observado por todos independente da função que exerce na sociedade. Porém, os policiais militares são os que mais sofrem perseguição das ONGs, da imprensa, do Ministério Público e da sociedade em geral quando falham em algum ponto que fere os direitos fundamentais.


Antes de colocar uma farda e representar o Estado, o policial militar é um cidadão que tem os mesmos direitos que os civis, sendo que por sua função, ele tem mais deveres que os outros, pois mesmo na folga o PM se vê obrigado por lei a atuar quando necessário for e se tiver meios para isso. Esse cidadão militar, deixa sua família para proteger toda a sociedade e depara-se com situações que coloca em risco sua vida e o futuro da sua família.


É fácil para quem não veste uma farda militar julgar os atos praticados pelos policiais, os representantes das ONGs, por exemplo, aproveitam situações para aparecerem na mídia e saírem candidatos nas eleições seguintes, os poderosos do Ministério Público não sabem o que é prender um assassino perigoso e encontrá-lo no final do ano nas ruas devido a um indulto de Natal, tendo este a identificação de quem o prendeu que é um de seus direitos.


Já a sociedade não é solidária com os policiais quando estes estão lutando pelos seus direitos. Além do mais, ela é a primeira a tentar corrompê-los quando flagrada numa situação de marginalidade e depois envia e-mail’s para jornais dizendo que se viram obrigadas a pagar suborno.


Para que o policial Militar respeite os Direitos Humanos e qualquer outro direito do cidadão é preciso que toda a sociedade aprenda a exigir os seus direitos e cumprir com seus DEVERES, enquanto os corruptores questionarem os corrompidos a situação será a mesma, sem querer generalizar é claro.”


*Leandro de Assis, bombeiro, escritor, poeta, professor de história e organizador do Projeto Fala Escritor. http://malungupoeta.blogspot.com/


Enquanto houver pessoas com o pensamento de que “eu pago seu salário” como se o POLICIAL estivesse livre de impostos e que desconhece seus DEVERES e querem seus direitos preservados, e entenderem que a POLÍCIA não está nas ruas para resolver todo desvio de conduta que a instituição Família deixou de corrigir em casa, não chegaremos a um consenso e sem ele, ou seja, a parceria entre a sociedade e as Polícias os índices não serão diferentes dos que temos hoje, infelizmente. Percebam que o Policial com sua formação acadêmica limitada deve ser nas ruas: Pai, Padre, Conselheiro, Juiz, Amigo, Psicólogo, Médico, Professor, e por fim Cristo. Olhe pela vertente que ele é também: Filho, Irmão, Sobrinho, Tio, Neto, Padrinho, Esposo, Pai de família, Humano, etc.


Para que a Polícia Militar preste um serviço de qualidade, cumprindo de forma adequada a função de prevenção ao crime que lhe foi atribuída, não basta apenas que sejam colocados policiais militares nas ruas, mas sim que ela disponha de meios eficazes, e haja a conscientização da população de que estamos juntos nessa batalha em favor da preservação da ordem pública e que essa parceria com a sociedade seja firmada com base na harmonia, amizade, cumplicidade, lealdade, comunicação e encurtamento das distâncias que a História se encarregou de manter entre nós POLICIAIS E A SOCIEDADE, vamos rever alguns conceitos e fazer um exame de consciência.


Reflexão:


Não se esqueça de mim, foi por você


Mais um dia de serviço, assim como uma noite, uma missão cumprida…


Momentos repletos de perigo, emoção, aventura, alegria, tristeza…


O Sol ardente na pele, um cinturão cheio de balas, botas pretas, boina na cabeça, um rádio tagarela, onde não se ouve lindas músicas, somente números, vozes, um caráter geral, ocorrências que nos deslocam a todo tipo de lugar, asfalto, lama, mato, poeira…


Num local ermo um corpo frio, um mistério… um bêbado, um desordeiro, assaltos à banco…


Em nossas rondas noturnas, a lua, companheira de nossas noites, da luta. Nas corridas, faróis, velocidade, sirenes, uma louca corrida para o fim da estrada, sem o fim da chegada…


Um certo policial, chuvas de balas, coração que dispara, uma lagrima que cai, um amigo que se vai…


E assim vamos nós, nas lutas, nas rondas, nas madrugadas, nos dias de sol e de chuva, passando aí em sua rua, em seu bairro, em sua cidade, em seus olhos, em seu medo, no seu pensamento, no seu sorriso, em sua vida…


E assim é o dever que abraçamos, para que se acentue ainda mais sua segurança e sua felicidade…


Deixamos nossos lares, nossas famílias, nosso mundo, nossos sonhos, nossos amigos, nossa companheira, nossos filhos; POR VOCÊ…


Cada vez que escutar uma sirene de viatura, mesmo que distante, mesmo que em seu pensamento, diga: Vão com DEUS, estou com vocês.


Cada vez que uma estrela brilhar mais forte para você, lembre-se que pode ser a vida de um de nós, que num último suspiro tenta dizer:

NÃO SE ESQUEÇA DE MIM, FOI POR VOCÊ .


Fontes: Santos Filho, Antônio José. A origem Histórica da Polícia Militar no Brasil. Documento eletrônico {on line} Disponível na Internet: via WWW.url: . Acesso em 06 de maio de 2008. Assis, Leandro. Direitos Humanos, Polícia Militar e Sociedade. Bombeiro, escritor, poeta, professor de história e organizador do Projeto Fala Escritor. http://malungupoeta.blogspot.com/

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