Não somos filhos da revolução, a nossa garganta engole a seco o grito que deixou de ecoar, a nossa autocensura e a história parasitária nos ensinou a ficar de “bico calado”. Desde pequenos ouvimos as estrofes do patriotismo, da civilidade e da pacificação.
Historicamente, fomos ‘tomados’ pela fadiga do escravismo, patriarcalismo, militarismo, oligarquismo, coronelismo, ditatorialismo e de uma democracia em construção. E no conjunto disso, tornamo-nos ouvintes, coadjuvantes, espectadores?
Luís Gomes também sofreu os impactos dessa cultura verticalizada e totalitarista, que impede pela força, pela astúcia ou pelo costume, as revoluções necessárias. Moldou cidadãos quase que destituídos de poder de participação, de enfrentamento, de oposição, que poderia dar um maior equilíbrio sobre o poder institucionalizado.
A cultura dominante e partidarizada está tão enraizada que, fazer posição de esquerda, criticar o sistema vigente, discutir as contradições do poder local são motivos, muitas vezes, de represália e incompreensão. Para vencer esse medo e esse distanciamento é necessário um sistema novo, que saiba ouvir e aproximar-se do povo efetivamente, fazer com que a sociedade assuma seu verdadeiro papel democrático e de parceria.
O povo de Luís Gomes está sem voz, está sem vez. Murmura, mas não grita. Deseja, mas não cobra. Fantasia, mas não acorda. “Uma sociedade de carneiros acaba por gerar um governo de lobos!” (Victor Hugo).
Contudo, o sonho mais pródigo é que um dia, de mãos dadas, nossas vozes sejam ouvidas em qualquer lugar, que nossos desejos sejam chamas ardentes e que as nossas causas não mais surjam em vão.
*arfn10
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