Sem conseguir um emprego ou ter direito a aposentadoria, o marceneiro Bento Henrique Alves, 65 anos, tenta provar que está vivo. Ao dar entrada no pedido do benefício no Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), o idoso descobriu que foi declarado morto há cerca de 20 anos. A Defensoria Pública acionou a justiça da Paraíba para anular a certidão de óbito.
A suposta morte natural dele foi declarada e autenticada em cartório. Segundo o juiz Hely Jorge Trindade, que vai julgar o processo na 2ª Vara Cível de Campina Grande, foi feita a citação dos envolvidos (a ex-mulher do marceneiro e o responsável pelo cartório que emitiu a certidão). Em seguida, serão analisadas as versões apresentadas.
O idoso conta que foi casado em Campina Grande por três anos. Há 30 anos foi embora morar em outro estado e, ao completar 65 anos e dar entrada no pedido de aposentadoria por idade no INSS do Rio de Janeiro, descobriu que estava "morto".
"Abri conta em banco no Rio de Janeiro e em Recife (PE), votava em toda eleição e nunca constataram nada. Só o INSS disse que eu estou morto", disse o idoso. Segundo o homem, a ex-mulher disse que acreditava que ele estava morto. O cartório emitiu certidão com data, hora, local e até cemitério de sepultamento. No documento consta como se o marceneiro tivesse falecido de morte natural, dentro de casa.
A Defensoria Pública pede a anulação da certidão e, agora, o idoso tenta sobreviver sem dinheiro, sem emprego, por não ter documentos; e sem apoio da família. "Se alguém me der vida, eu consigo viver", declarou o marceneiro.
*G1 PB
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