domingo, 19 de abril de 2020

A “resistência” nunca entrou num hospital público, onde pessoas morrem nos corredores

Nelson Teich, ministro da Saúde
Nelson Teich ainda nem tinha tomado posse e já pipocavam críticas nas redes sociais.

Eu imagino como seria o Brasil, se a mesma fiscalização tivesse acontecido durante as 86 trocas ministeriais de Dilma Rousseff... Se a imprensa, aliás, tivesse gasto 1/4 do tempo que gasta fiscalizando este governo, na fiscalização dos governos anteriores, não teríamos tido nem a metade dos assaltos que tivemos nos cofres públicos.

Enfim, depois de receber o mesmo vídeo 5 ou 6 vezes, resolvi assisti-lo.

Nele, o novo escolhido, que é um respeitado oncologista, questiona, em uma palestra do ano passado, sobre a questão da ÉTICA MÉDICA.

Para tal, propõe um dilema: Se você tem 2 pacientes; um jovem e um idoso com comorbidades; ambos necessitando de cuidados semelhantes e não tem recursos para tratar os dois, como você faz a “escolha” de qual deles salvar?

Não é um manual de “Como abandonar os velhinhos à morte”. É um questionamento ético, de alguém que, no dia a dia, se vê obrigado a tomar este tipo de decisão.

Sim, amiguinhos, há anos, médicos já tinham que fazer esse tipo de escolha. Bem-vindos ao mundo real. Aqui, unicórnios não peidam arcos-íris, em meio a nuvens de algodão-doce, em contraste ao céu cor-de-rosa. As pessoas morrem. Muitas vezes, sem um leito no hospital.

E, pasmem, isso não vem do governo Bolsonaro. Em 2013, a FGV divulgou um estudo sobre o quanto a corrupção afetava a saúde pública.

Em 2016, a revista Exame divulgou, em matéria, que 70% dos desvios de verba pública eram exatamente desta área. Máfia das ambulâncias, Máfia dos Sanguessugas. Valores inimagináveis indo parar no bolso dos mandatários; remédios estragando nos depósitos, para que fossem recomprados com superfaturamento.


A política brasileira sempre foi mais letal do que qualquer vírus. Talvez a "resistência" nunca tenha visto a realidade de um hospital público, com pessoas deixadas para morrer nos corredores.

A ironia é que, agora, quando a população está registrando hospitais vazios, totalmente o contrário do comum, é que estamos em pânico pelo caos no sistema de saúde, que sempre aconteceu.

"Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos." (RODRIGUES, Nelson)

*Felipe Fiamenghi/jornal da cidade on line

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