segunda-feira, 25 de maio de 2020

Prefeitura de Fortaleza pagou até 4 vezes mais por respiradores comprados durante pandemia, diz PF

Policiais cumprem mandados em Fortaleza e São Paulo — Foto: Divulgação/PF

Os respiradores comprados pela Prefeitura Municipal de Fortaleza e o Instituto Doutor José Frota (IJF) para tratamento de pacientes com a Covid-19 custaram cerca de R$ 234 mil, valor até quatro vezes mais caro do que o adquirido por outras instituições e prefeituras brasileiras, segundo a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), que deflagraram a Operação Dispneia para investigar o caso, nesta segunda-feira (25).

O mesmo equipamento foi comprado em outras cidades do país por R$ 60 mil, para o enfrentamento da pandemia. Já o estado do Ceará pagou R$ 117 mil por um respirador, ou seja, metade do preço contratado pelas autoridades de Fortaleza. Dois contratos de dispensa de licitação realizados para compra de 150 respiradores são objeto da operação da Polícia Federal. A suspeita é de que o prejuízo aos cofres públicos pode chegar ao valor de R$ 25,4 milhões.

Em nota, a Secretaria da Saúde de Fortaleza e a direção do Instituto Doutor José Frota (IJF), maior hospital da capital, disseram estar "totalmente surpresas e indignadas com tal operação". A pasta acrescentou que não existe possibilidade da mesma encontrar qualquer desvio de recurso público e que todos os procedimentos foram adotados conforme a lei. 

A controladora geral do município, Luciana Lobo, se pronunciou afirmando que parte do recurso aplicado pela prefeitura para a aquisição dos equipamentos, que não foram entregues, foi devolvido. Segundo ela, a outra parte vai chegar "ainda essa semana". A controladora também destacou que as informações do contrato "estão disponíveis pelos órgãos de controle desde sexta-feira da semana passada". 

A operação policial acontece em parceria com o MPF e a Controladoria-Geral da União, e cumpriu, nesta segunda-feira, mandados de busca e apreensão em residências, empresas e órgãos públicos nas cidades de Fortaleza e São Paulo.

Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Ceará, após representação decorrente de um inquérito da PF.

*G1 CE

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