domingo, 26 de abril de 2009

Município ainda vive momentos de terror

foto: web


Frutuoso Gomes/RN - Antes das eleições de 2008, a insegurança já preocupava os quase cinco mil habitantes de Frutuoso Gomes/RN, no Alto Oeste. Depois, o quadro ficou pior. A sensação de impunidade é gerada por dois fatores: tráfico de drogas e homicídios sem suspeitos presos. Até o chefe do destacamento da Polícia Militar no município recebe constantes ameaças de morte. A reportagem do JORNAL DE FATO esteve em Frutuoso Gomes/RN, um dia a após as eleições de outubro de 2008. A maior loja de eletrodomésticos da cidade e um ônibus de propriedade de pessoas que declaram apoio político ao candidato que venceu o pleito, no caso o médico Lucídio Jácome (PSB), foram incendiados durante a noite, por homens armados em motos. Nesta mesma noite, vários seguidores de Lucídio Jácome sofreram ataques à bala. Antes da eleição, um agricultor identificado por "Poroca" já tinha sido brutalmente espancado. Dias depois, os mesmos bandidos que teriam espancado Poroca voltaram e mataram os dois filhos dele. Outras duas pessoas foram executadas, possivelmente por envolvimento político. O quadro de violência continuou. Suspeitos de tráfico, assaltos e até homicídios apareceram mortos com tiros de doze e de pistola. Semana passada, um suspeito foi executado no Centro da cidade. Dois dias antes deste crime, o JORNAL DE FATO esteve na cidade e conversou com moradores, vereadores, prefeito e o responsável pelo policiamento preventivo. O aposentado José Gurgel não mediu palavras. Disse que o tráfico de drogas "corre solto na cidade". "Eles vendem maconha aí (em frente à Igreja Matriz) durante o dia, na frente dos meninos e qualquer um que quiser ver", reclama o aposentado José Gurgel, lembrando que há poucos dias a Polícia Federal prendeu uma pessoa na Rodoviária de Pau dos Ferros/RN com 80 quilos de maconha que vinha de São Paulo para Frutuoso Gomes/RN. O vereador José Francisco da Rosa, da situação, acha muito estranho como o tráfico de drogas se enroscou no seio da sociedade do município. "Acho que tem força de alguém grande por trás de tudo isso", diz o vereador, sentado numa cadeira de balanço ao lado da Igreja Matriz. José Rosa concorda que é preciso criar opções para os jovens e combater a violência.Já o vereador de oposição Antônio Alves Medeiros Júnior se mostra assustado com o grau de violência no município, não só referente a homicídios, tráfico de drogas e roubos nas casas. Ele disse que teve uma filha atropelada recentemente e viu o assassino ser liberado pela Polícia sem nenhum problema. "Isso passa sensação de injustiça, insegurança", diz.O vereador Antônio Medeiros propõe a realização de um grande debate numa audiência pública na cidade, com a participação de todas as autoridades do Governo do Estado, do município e principalmente da sociedade. "A insegurança ganhou proporções assustadoras no município e que é necessário criar mecanismo para retirar as pessoas da ociosidade", diz Medeiros.
Sargento recebe ameaças e aponta o crime organizadoO sargento Klevson Pereira da Silva confirmou que está sendo ameaçado de morte e explica que as ameaças são porque ele está combatendo o tráfico de drogas e principalmente pequenos roubos e furtos na cidade. Klevson confirmou que as ameaças são também contra a filha menor de idade. Ele desconfia que uma quadrilha organizada esteja agindo na região Oeste do Estado.O policial, que anda sempre com colete à prova de bala e bem armado, admite a possibilidade do tráfico de drogas estar se espalhando na região Oeste, inclusive Mossoró, a partir do município de Frutuoso Gomes. Aponta o tráfico como responsável pelos homicídios, assaltos e roubos. Ele faz o trabalho preventivo com apenas dois PMs/dia.Para combater a violência com eficiência, inclusive os homicídios, o sargento propõe mobilização social dos moradores da cidade e cidades vizinhas, apoio mais efetivo da Polícia Civil nas investigações a respeito dos homicídios, aumento do contingente do destacamento no município, além de criar mecanismo de ocupação dos jovens, reduzindo a ociosidade.Klevson Pereira também defende a proposta do envolvimento da Igreja, dos professores e principalmente dos pais no processo de educação dos jovens. "Combater o tráfico de drogas é um trabalho difícil que sem o envolvimento de todas as camadas da sociedade, não surte efeito", conclui o sargento, lembrando que fica na cidade 24 horas dia.
fonte: jornal de fato

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