A morte do procurador do município de Chopinzinho, no sudoeste do Paraná, Algacir Teixeira de Lima, foi encomendada, conforme apontam as investigações. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o assassinato havia sido acertado em dezembro de 2014.
Sete pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na morte do procurador, que tinha 51 anos. Dentre elas está o prefeito da cidade, Leomar Bolzani (PSDB), que foi preso em casa no domingo (22).
Segundo as investigações, o crime foi motivado pela atuação do procurador no Ministério Público (MP), já que ele havia feito denúncia sobre a ação de um grupo dentro da Prefeitura de Chopinzinho, que era chefiado pelo prefeito. A Sesp não informou o conteúdo da denúncia, mas disse que se tratavam de irregularidades na administração municipal.
As investigações também apontaram que o prefeito e um ex-servidor da prefeitura contrataram três pessoas para matar o procurador. Os assassinos contratados receberiam R$ 6,5 mil pelo serviço, sendo que aproximadamente um terço foi pago de forma antecipada.
Prisões
Os primeiros suspeitos de envolvimento no crime foram presos no dia 18, conforme a Polícia Civil. No sábado (21), foi detido o suposto autor dos disparos. “Nós temos provas materiais do envolvimento de sete pessoas, inclusive a arma que foi utilizada foi recuperada na madrugada [de domingo] pela Polícia Civil”, disse o secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini. Estão presos, além do prefeito, outros cinco homens, uma mulher, e o ex-funcionário da prefeitura.
Prefeito foi preso em casa, no domingo (22)
(Foto: Prefeitura de Chopinzinho/ Divulgação)
A prisão temporária de Bolzani foi decretada pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), já que ele possui foro privilegiado em função do cargo que ocupa. Ele permanece em uma cela especial na delegacia de Pato Branco, no sudoeste do estado, onde prestou depoimento ainda no domingo.
O advogado do prefeito, Roberto Brzezinski, disse ao G1 que teve acesso no domingo às informações levantadas pela polícia sobre a morte do procurador e que está analisando a documentação para decidir que medidas deverão ser tomadas. Ele não foi localizado após a divulgação dos detalhes do crime.
O crime
O procurador foi atingido por disparos de arma de fogo na manhã do dia 16, ao descer do carro, quando chegava em casa com as duas filhas, no Centro da cidade. Ele chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas morreu a caminho do hospital.
O homem que fez os disparos fugiu por duas quadras a pé, e em seguida entrou em um carro, conforme testemunhas contaram à Polícia Militar (PM). No dia seguinte ao crime, os policiais encontraram o veículo usado pelos criminosos às margens do Rio Iguaçu, entre Chopinzinho e Porto Barreiro.
A proprietária do carro registrou um Boletim de Ocorrência em Laranjeiras do Sul informando que o automóvel havia sido roubado, apontaram os investigadores. A queixa foi feita, no entanto, depois do assassinato, conforme levantou a Polícia Civil.
Dois dias depois do crime, com o auxílio de imagens de câmeras de segurança, a Polícia Civil identificou e conseguiu prender dois suspeitos.
*G1 PR
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