terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Pesquisador em Climatologia diz que seca no Semiárido Nordestino chegará ao fim em 2018

Depois de uma longa e dramática seqüência de anos com precipitações escassas e irregulares, finalmente vai chover o suficiente para por fim a excepcional crise hídrica que assola o semi-areado do Nordeste há seis anos. A expectativa é que as chuvas cheguem fortes e abrangentes em todo o Nordeste já no próximo mês de janeiro em decorrência da atuação de sistemas meteorológicos de grande escala, como o Vortece Ciclone e a Zona de Convergência Intertropical.

Todavia, será no outono, especialmente ao longo dos meses de março e abril, que as chuvas deverão se intensificar sobre o Nordeste brasileiro, tornando-se mais freqüentes e prolongadas, ideais, portanto, para a recuperação do volume dos grandes açudes e barragens do interior da região, que atualmente se encontram em níveis críticos, com pouquíssima água armazenada em seus leitos.

O retorno das chuvas em volume e intensidade suficientes para encerrar a mais prolongada seca de que se tem notícia no semiárido brasileiro será possível devido a uma grande mudança na circulação dos ventos sobre a região intertropical do planeta. Nesse novo padrão atmosférico, estabelecido ao longo dos últimos meses, observa-se, por exemplo, o predomínio da circulação anticiclonal (altas pressões) sobre o Pacífico Tropical Sul adjacente à América do Sul. A tendência é que a partir de janeiro o núcleo dessa circulação avance sobre a porção oeste do continente sul-americano, transfigurando-se em Alta da Bolívia e permitindo, assim, a atuação bem configurada do Vortece Ciclone sobre o Nordeste Brasileiro. Ademais, tem se observado, desde o começo de outubro, um progressivo aumento da pressão atmosférica sobre a região do Atlântico Tropical Norte em detrimento do estabelecimento de uma zona de baixa pressão sobre a parte centro-oriental do Brasil e Atlântico Tropical Sul adjacente.

Esse é um dado particularmente auspicioso, pois é justamente a existência de uma diferença de pressão entre o Atlântico Tropical Norte e o Atlântico Tropical Sul que possibilitará o deslocamento do eixo da Convergência Intertropical para uma posição ao sul da linha do Equador, intensificando as chuvas sobre o setor norte do Nordeste. Fator decisivo para a ocorrência de um grande inverno em nossa região no próximo ano, no entanto, será mesmo o posicionamento da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). 

A expectativa é que a partir do final de fevereiro esse sistema de alta pressão se torne muito ativo, atuando mais próximo da costa brasileira, intensificando os alísios de sudeste e possibilitando o avanço rápido e frequente das frentes frias para o Nordeste notadamente ao longo de março e abril, que juntamente com janeiro serão os meses mais chuvosos de 2018 em nossa região.

*ClickCZ.

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