Pai suspeito de estuprar e torturar a filha é preso em Petrolina
Um homem de 42 anos foi preso nesta terça-feira (16) em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, suspeito de estuprar e torturar a filha. A polícia tomou conhecimento do caso no mês de março, após a vítima, de 19 anos, denunciar o pai. Segundo a garota, os abusos começaram quando ela tinha apenas 15 anos.
Vítima de 19 anos denunciou abusos que eram praticados pelo pai, em Petrolina — Foto: Reprodução / TV Grande Rio
Em entrevista a TV Grande Rio, a jovem falou sobre a motivação em denunciar o pai agressor. “Fui tentar uma coisa nova na minha vida e ele me obrigou a voltar. Nessa de voltar, eu sabia que ele não ia mudar e me deixar em paz. Aí, eu resolvi tomar essa atitude [de denunciar]. Foram anos bem doloridos”, diz a garota.
A vítima conta que sempre que tentava evitar o abuso, era agredida e ameaçada pelo pai. “Ele dizia que, se eu não fizesse, quando ele me levasse para os cantos que ia tirar minha roupa e eu ia voltar pra casa pelada. Me batia. Dizia que ia separar da minha mãe, dizia que ia jogar meu avô na rua, que ia tocar fogo na casa”.
Por conta dos abusos, a garota teve que interromper os estudos. “Desisti com 16, com 17. Tentava e desistia. Aos empurrões, cheguei ao primeiro [ano do ensino médio]”.
“Ele dizia que eu não ia pra escola estudar, que eu não tinha vocação para estudar, que eu tinha vocação para ser p…”.
Após a prisão, o suspeito foi encaminhado para a delegacia do Ouro Preto, onde prestou depoimento. A vítima passou por uma perícia no Instituto Médico Legal de Petrolina. De acordo com o delegado, Joseílton Sampaio, o homem vai ser investigado pelos crimes de estupro e tortura.
“Essa jovem foi submetida as mais diversas formas cruéis de violência. Desde queimadura a socos, pontapés. Identificamos que, além de ser estuprada, ela era torturada por esse agressor”, diz o delegado.
Segundo o delegado, os relatos feitos pela jovem são chocantes. “Ela fez um relato absolutamente assustador das agressões que sofria. Eram agressões das mais variadas formas: física, psicológica, sexual. Há um relato de várias horas de depoimento que, qualquer pessoa que ler esse relato, fica estarrecida em imaginar que um pai cometia esses atos contra a filha”.
Com o agressor preso, a garota espera que a justiça seja feita e o pai reflita sobre todo mal que a fez. “Espero que ele pare pra pensar no que ele fez. Eu sou um ser humano e sou filha dele. Eu não pedi em nenhum momento. Disse não muitas e muitas vezes e ele não aceitava o não. Espero que e a justiça seja feita e ele pense muito no que fez. Deus sabe de todas as coisas”.
*G1 Petrolina
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