Adolescente desaparecido há 3 meses no ES inventou história para traficantes e foi morto
Três pessoas estão sendo procuradas pela Polícia Civil pelo assassinato de um adolescente de 15 anos, em outubro de 2017. Carlos Eduardo Claudino Lopes foi inicialmente dado como desaparecido, mas ao longo das investigações partes do corpo dele foram encontradas em dois bairros na Grande Vitória.
O inquérito foi encerrado pela Delegacia de Crimes Contra à Vida de Cariacica e divulgado nesta terça-feira (30).
Carlos Eduardo, conhecido como Kadu, desapareceu no dia 15 de outubro. A mãe, que não será identificada, disse que o filho saiu de casa dizendo que ia para a casa do pai, mas não chegou ao destino.
"Ele sempre fazia isso, mas naquele dia, ele foi e não chegou. Meu filho nunca ficava sem entrar em contato e, no dia seguinte, eu liguei para o pai dele e descobri que ele nunca havia chegado. Começou uma correria para saber onde ele estava, fomos até pessoas próximas, às redes sociais, mas não vinha uma resposta", disse a mãe.
O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil. "Começaram a chegar informações de que o Carlos Eduardo havia sido morto e que o corpo dele havia sido jogado em um terreno baldio no bairro Valparaíso, às margens da Rodovia Leste-Oeste. Foi então que a polícia começou a trabalhar com a hipótese de homicídio", contou o delegado Franco Malini.
De acordo com a polícia, Kadu teria sido morto porque teria dito, por brincadeira, que fazia parte de um grupo de traficantes do bairro Dom Bosco, conhecido como Buraco do Sapo, que havia expulsado os antigos traficantes do local.
"Ele teria se vangloriado disso, sem saber que estava contando essa história também para um dos antigos traficantes de Dom Bosco, justamente que havia sido expulso do Buraco do Sapo", falou Malini.
O delegado Marcelo Cavalcanti explicou que a Polícia Civil nunca teve conhecimento do envolvimento de Kadu com o tráfico de drogas, mas explicou que o adolescente acabou seduzido a fazer um serviço para traficantes no dia que desapareceu. Entretanto, tudo não passava de um plano para matá-lo.
"O Kadu foi atraído para trabalhar no tráfico no local conhecido como Boca do Viaduto, no bairro Valparaíso. No dia, ele foi chamado para pegar as drogas para vender e foi levado para um matagal. Nesse local ele foi cruelmente morto", disse o delegado Marcelo.
O adolescente foi morto e depois os responsáveis jogaram ácido sobre ele, com a intenção de que entrasse em decomposição mais rápido. "Dois dias depois, os autores do crime voltaram ao local e viram que a parte de baixo ainda estava intacta. Foi quando eles resolveram levar essa parte para o bairro Vale Encantado, em Vila Velha", disse o delegado Marcelo.
As três pessoas procuradas pelo crime - entre elas um menor - serão indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Eles ficam agora disposição de Justiça para que seja instaurada a ação penal.
'Eu tinha esperanças'
A mãe de Carlos Eduardo contou que ainda tinha esperanças de encontrar o filho vivo. "Meu filho era uma criança engajada nos movimentos sociais, participativo em várias atividades e ações. Muito amado pela família, mas infelizmente acabou seduzido por más companhias", disse a mãe.
Ela espera que os responsáveis sejam encontrados e que paguem pelo crime que cometeram. "Meu filho morreu de uma forma muito cruel, assassinado brutalmente por três pessoas. É difícil demais, mas eu quero justiça, acho que ninguém tem o direito de tirar a vida do outro. A sociedade se perdeu", finalizou.
*Juliana Borges, G1 ES
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