Rodrigo Trigueiro é major, mas de certa maneira nunca deixará de ser capitão. Não é segredo o apego que militares em geral têm à própria patente, mas Rodrigo não parece se incomodar em ser chamado de capitão nas ruas de Natal, onde trabalha atualmente. Pelo contrário. O mais provável é que o major abra um sorriso, quem sabe dê um autógrafo e inicie uma conversa amistosa com o seu interlocutor. O motivo para a situação inusitada data de quase 10 anos atrás: vencer a terceira edição do reality show No Limite, em 2001, colocou Rodrigo Trigueiro no altar dos personagens da mídia. E a fama volta periodicamente.
Os meses de janeiro são providenciais nesse sentido. Durante a exibição do mais famoso reality show da TV brasileira, o Big Brother, aumenta a probabilidade de ser abordado na rua. "Mesmo 10 anos depois, quando começa o Big Brother volta um pouco a fama, as pessoas falam: "olha ali o capitão do No Limite". É sempre assim", diz o major Rodrigo. O papo com os tietes normalmente giram em torno do que foi feito com o dinheiro ganho no programa e dos detalhes sobre a experiência nos bastidores da televisão. Isso quando alguém reconhece o ex-participante do No Limite.
O então capitão Rodrigo esteve em evidência na televisão entre os meses de outubro e dezembro de 2001. Nesse período, praticamente um paleozóico da era dos reality shows na televisão brasileira, ainda não havia Big Brother e o No Limite brigava por audiência com a primeira edição da Casa dos Artistas, do SBT. No programa da Rede Globo, a vitória não ficava sob o crivo do público. Era a performance dos participantes em provas e gincanas o que determinava o vencedor. Rodrigo venceu. E experimentou dois anos de visibilidade intensa.
"Esse foi o período que eu não tive sossego. Os anos de 2002 e 2003 foram só para aproveitar essa fama. Mas incomoda também, viu? Quem disser que não incomoda ou está mentindo ou é muito alucinado por esse negócio", analisa. Como era de se esperar, o frisson passou e hoje o major experimenta apenas pílulas de fama, devidamente superdimensionadas em época de Big Brother. "Hoje a minha vida está assim: há cantos em que todo mundo me reconhece, outros onde poucas pessoas me reconhecem e ainda outros onde ninguém fala comigo", define.
Não é de se estranhar o itinerário pelo qual passou o ex-capitão Rodrigo. Só edições do Big Brother, o creme do creme dos reality shows, já são 11. Sem contar, em fazendas, casas de artistas e outros de menor expressão. A mídia hoje troca de celebridade como quem troca de roupa. O processo de substituição é previsível e causa distorções. Da sub-celebridade que faz tudo para aparecer até a mais nova febre de autoexposição em vídeos no You Tube, fazer-se visível é a regra. No afastar dos holofotes, há quem sinta a angústia da invisibilidade. Mas Rodrigo Trigueiro já sabia disso. E jura que não sente falta. "Do fundo do coração, não sinto falta. Gosto da minha relativa paz", afirma.
Curiosidade acerca do prêmio de R$ 300 mil
Entre as perguntas mais comuns respondidas sobre o programa pelo major Rodrigo, hoje lotado na Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), o batalhão de motociclistas da Polícia Militar, está o que foi feito com o dinheiro e como são os bastidores do programa de TV. Quanto ao dinheiro - à época, o prêmio era R$ 300 mil e um carro popular - é fácil responder. "Não fiquei milionário, até porque sou um policial e não um empresário, um cara com tino comercial. Mas tenho uma vida confortável. O que eu fiz foi investir em imóveis, o que dá um rendimento legal e se não multipliquei o prêmio, também não coloquei tudo a perder", explica.
Já nas perguntas sobre o funcionamento do programa de televisão, fica mais difícil explicar. Do outro lado do vídeo, o major Rodrigo conseguiu compreender o fascínio que a televisão provoca nas pessoas. Uma das questões mais comuns é saber se o que é transmitido é exatamente o que aconteceu. Rodrigo não se furta a armadilha. "Algumas pessoas dizem: 'Ah, aquilo ali é mentira. Vocês ficam em um hotel e depois vão fazer aquelas provas. Não tem confinamento'. Mas foi tudo daquele jeito mesmo", diz, lembrando que o No Limite mantinha os participantes em acampamentos precários no meio do mato.
Esse fascínio se reflete em outra característica: o assédio. Nesse ponto, o major Rodrigo afirma estranhar a situação. "Uma coisa que fazia eu me sentir ridículo era dar autógrafo. E no início as pessoas pediam autógrafo. Mas é uma situação complicada porque esse negócio de celebridade eu não gosto muito. Para mim, uma celebridade é um cientista, um Nobel de química, alguém que fez algo importante. Mas ali eu estava tirando onda na televisão e querendo ganhar dinheiro, não me considero uma celebridade. Essa palavra é forte", diz, com franqueza.
Oficial dispensou a fama pela PM
Os meses de janeiro são providenciais nesse sentido. Durante a exibição do mais famoso reality show da TV brasileira, o Big Brother, aumenta a probabilidade de ser abordado na rua. "Mesmo 10 anos depois, quando começa o Big Brother volta um pouco a fama, as pessoas falam: "olha ali o capitão do No Limite". É sempre assim", diz o major Rodrigo. O papo com os tietes normalmente giram em torno do que foi feito com o dinheiro ganho no programa e dos detalhes sobre a experiência nos bastidores da televisão. Isso quando alguém reconhece o ex-participante do No Limite.
O então capitão Rodrigo esteve em evidência na televisão entre os meses de outubro e dezembro de 2001. Nesse período, praticamente um paleozóico da era dos reality shows na televisão brasileira, ainda não havia Big Brother e o No Limite brigava por audiência com a primeira edição da Casa dos Artistas, do SBT. No programa da Rede Globo, a vitória não ficava sob o crivo do público. Era a performance dos participantes em provas e gincanas o que determinava o vencedor. Rodrigo venceu. E experimentou dois anos de visibilidade intensa.
"Esse foi o período que eu não tive sossego. Os anos de 2002 e 2003 foram só para aproveitar essa fama. Mas incomoda também, viu? Quem disser que não incomoda ou está mentindo ou é muito alucinado por esse negócio", analisa. Como era de se esperar, o frisson passou e hoje o major experimenta apenas pílulas de fama, devidamente superdimensionadas em época de Big Brother. "Hoje a minha vida está assim: há cantos em que todo mundo me reconhece, outros onde poucas pessoas me reconhecem e ainda outros onde ninguém fala comigo", define.
Não é de se estranhar o itinerário pelo qual passou o ex-capitão Rodrigo. Só edições do Big Brother, o creme do creme dos reality shows, já são 11. Sem contar, em fazendas, casas de artistas e outros de menor expressão. A mídia hoje troca de celebridade como quem troca de roupa. O processo de substituição é previsível e causa distorções. Da sub-celebridade que faz tudo para aparecer até a mais nova febre de autoexposição em vídeos no You Tube, fazer-se visível é a regra. No afastar dos holofotes, há quem sinta a angústia da invisibilidade. Mas Rodrigo Trigueiro já sabia disso. E jura que não sente falta. "Do fundo do coração, não sinto falta. Gosto da minha relativa paz", afirma.
Curiosidade acerca do prêmio de R$ 300 mil
Entre as perguntas mais comuns respondidas sobre o programa pelo major Rodrigo, hoje lotado na Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), o batalhão de motociclistas da Polícia Militar, está o que foi feito com o dinheiro e como são os bastidores do programa de TV. Quanto ao dinheiro - à época, o prêmio era R$ 300 mil e um carro popular - é fácil responder. "Não fiquei milionário, até porque sou um policial e não um empresário, um cara com tino comercial. Mas tenho uma vida confortável. O que eu fiz foi investir em imóveis, o que dá um rendimento legal e se não multipliquei o prêmio, também não coloquei tudo a perder", explica.
Já nas perguntas sobre o funcionamento do programa de televisão, fica mais difícil explicar. Do outro lado do vídeo, o major Rodrigo conseguiu compreender o fascínio que a televisão provoca nas pessoas. Uma das questões mais comuns é saber se o que é transmitido é exatamente o que aconteceu. Rodrigo não se furta a armadilha. "Algumas pessoas dizem: 'Ah, aquilo ali é mentira. Vocês ficam em um hotel e depois vão fazer aquelas provas. Não tem confinamento'. Mas foi tudo daquele jeito mesmo", diz, lembrando que o No Limite mantinha os participantes em acampamentos precários no meio do mato.
Esse fascínio se reflete em outra característica: o assédio. Nesse ponto, o major Rodrigo afirma estranhar a situação. "Uma coisa que fazia eu me sentir ridículo era dar autógrafo. E no início as pessoas pediam autógrafo. Mas é uma situação complicada porque esse negócio de celebridade eu não gosto muito. Para mim, uma celebridade é um cientista, um Nobel de química, alguém que fez algo importante. Mas ali eu estava tirando onda na televisão e querendo ganhar dinheiro, não me considero uma celebridade. Essa palavra é forte", diz, com franqueza.
Oficial dispensou a fama pela PM
Entre as coisas que a fama repentina, e passageira, não mudou na vida do então capitão Rodrigo Trigueiro foi a relação com a Polícia Militar. Essa relação está exposta até mesmo quando ele fala na forma como geriu o prêmio: "Sou um policial e não um empresário", destaca, repetidamente. Essa ligação fez com que o vencedor do reality show nunca sequer cogitasse sair da corporação, mesmo com o assédio resultante de aparecer na televisão.
Naquela época, ainda o início da cultura de programas que exploram "pessoas comuns" na televisão, não havia a verdadeira maratona seguida por ex-BBB's em dias de hoje. Rodrigo não foi ao Faustão ou outros programas de auditório, por exemplo. "Não fiz muito social não. Apareci mais em jornal, essas coisas. O Globo Repórter fez uma matéria comigo, mas programa de auditório, por exemplo, eu não fiz", conta.
Isso não impediu que, ao ser transferido para Assu, dois anos após o No Limite, alguns colegas pensassem que ele estava rumo à carreira midiática. "Pensavam que eu tinha ido fazer televisão no Rio, mas eu nunca pensei em deixar a Polícia", diz.
Hoje, já promovido a Major, a corporação toma quase todo o tempo de Rodrigo Trigueiro, que confessa não gostar de ver reality shows. "Não assisto. Até gosto de televisão, mas esses programas eu não vejo", admite. E encerra: "Eu sei que posso morrer coronel, mas vou sempre ser lembrado como capitão".
*Isaac Lira/Da Tribuna do Norte
Naquela época, ainda o início da cultura de programas que exploram "pessoas comuns" na televisão, não havia a verdadeira maratona seguida por ex-BBB's em dias de hoje. Rodrigo não foi ao Faustão ou outros programas de auditório, por exemplo. "Não fiz muito social não. Apareci mais em jornal, essas coisas. O Globo Repórter fez uma matéria comigo, mas programa de auditório, por exemplo, eu não fiz", conta.
Isso não impediu que, ao ser transferido para Assu, dois anos após o No Limite, alguns colegas pensassem que ele estava rumo à carreira midiática. "Pensavam que eu tinha ido fazer televisão no Rio, mas eu nunca pensei em deixar a Polícia", diz.
Hoje, já promovido a Major, a corporação toma quase todo o tempo de Rodrigo Trigueiro, que confessa não gostar de ver reality shows. "Não assisto. Até gosto de televisão, mas esses programas eu não vejo", admite. E encerra: "Eu sei que posso morrer coronel, mas vou sempre ser lembrado como capitão".
*Isaac Lira/Da Tribuna do Norte
**Ret. Jornal de fato
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