O artigo “A Polícia Sangra”, de autoria do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Cláudio Santos, publicado na edição desta quinta-feira (24) no jornal Tribuna do Norte, recebeu o apoio expresso da Associação dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos e Cabos e Soldados do Rio Grande do Norte. A entidade divulgou nota, hoje a tarde, para externar seu posicionamento semelhante ao feito pelo magistrado. “A oportuna manifestação pública do Presidente do TJRN é um importante alerta para o perigo da desvalorização e do desrespeito ao policial, condutas sociais, hoje, infelizmente praticadas por boa parte da sociedade brasileira”, pontua a nota da Associação de militares. Cláudio Santos afirma que é preciso pagar bem aos policiais militares, redefinir turnos, ter ascensão funcional criteriosa, reestruturar quadros, fazer a divisão das tarefas e a priorização dos comandos, tudo com respeito à hierarquia.
No texto, o desembargador ressalta que “o policial que sai todo dia para trabalhar na defesa da integridade física e psicológica dos concidadãos, deveria ser o mais querido de todos os agentes públicos”. O dirigente do Judiciário potiguar chama a atenção do leitor para os baixos vencimentos recebidos pela classe e a “completa falta de condições de trabalho minimamente dignas, desde armas e munição, até viaturas e coturnos”. Para a Associação integrada pelos policiais militares, a reflexão do magistrado revela o cenário desolador enfrentado pelas PMs brasileiras, em especial a do Rio Grande do Norte.
“O anacronismo de nossas legislações e a ausência de investimentos concretos em nossa Corporação faz com que o poder da força policial encolha a cada dia, burocratizando enormemente a administração e forçando policiais militares a procurarem uma segunda fonte de renda”, atesta a nota emitida pela instituição.
Cláudio Santos critica o quadro atual, em que o profissional da segurança pública é obrigado a se submeter a “bicos” durante as folgas por valores entre R$ 50,00 e R$ 100,00 por 12 horas de trabalho, na tentativa de manter o seu sustento e o de sua família. “Está mais do que na hora de se devolver ao soldado a dignidade que se esvai entre os dedos e se lhe distancia de vista”, reforça o presidente do TJRN.
A Associação, em seu pronunciamento sobre a questão, faz um apelo à sociedade potiguar. “Conclamamos todos os cidadãos que sonham com dias melhores, a lutar junto conosco, pela reestruturação até mesmo física dos nossos quartéis, pela independência da atuação policial em detrimento de interesses políticos, pela aprovação de uma Lei de Organização Básica da Polícia Militar, adequada à realidade atual, tudo tendo com norte, a prestação de um serviço de segurança pública com a Qualidade merecida pelo povo do Rio Grande do Norte.”
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